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Via Varejo aposta em ampliação de serviços financeiros

Para elevar participação de mercado, empresa tem planos de ampliar a oferta de serviços financeiros e logísticos em sua plataforma de comércio eletrônico

Via Varejo: a rede que detém as bandeiras Pontofrio e Casas Bahia ainda estuda estender o crediário, bem a garantia estendida e as opções de seguro contra roubo, furto e quebra (Divulgação/ Via Varejo/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 18h19.

São Paulo - A rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo considera o mercado brasileiro "saudável" e tem planos de ampliar a oferta de serviços financeiros e logísticos para compradores e vendedores em sua plataforma de comércio eletrônico já no segundo semestre deste ano, como parte dos esforços para ganhar mais participação de mercado e fazer frente à eventual chegada de novos concorrentes.

Entre as iniciativas, a Via Varejo considera financiar o capital de giro de vendedores do marketplace. "Hoje pagamos 15 dias após a entrega, mas podemos fazer antes (esse pagamento) conhecendo o fluxo de vendas do vendedor", disse à Reuters o diretor executivo de Finanças da Via Varejo, Felipe Negrão.

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A varejista, que detém as bandeiras Pontofrio e Casas Bahia, ainda estuda estender o crediário, bem a garantia estendida e as opções de seguro contra roubo, furto e quebra, aos compradores de produtos ofertados por terceiros dentro da sua plataforma de comércio eletrônico.

"São pouquíssimos os grupos que conseguem fazer isso... Muitas varejistas cederam aos bancos o direito de oferecer crediário aos clientes, não é nosso caso", afirmou Negrão, acrescentando que a Casas Bahia manteve exclusividade no crediário e atualmente conta com 70 milhões de clientes.

A Via Varejo também pode disponibilizar sua infraestrutura logística aos vendedores do marketplace, permitindo que estoquem produtos em um dos 26 centros de distribuição que opera no país, além de introduzir o programa chamado Retira Rápido para transações de terceiros ainda este ano. "Só que a contribuição em termos financeiros viria só em 2019", alertou o executivo.

Lançado em fevereiro de 2017, o Retira Rápido já é opção de consumidores em um percentual acima de 27 por cento das compras online, segundo o diretor de Relações com Investidores da empresa, Luís Bresaola. Com o serviço, o cliente pode optar pela retirada do produto em lojas físicas da Via Varejo. Também é possível retirar em agências dos Correios ou postos de gasolina da cidade de São Paulo onde foram instalados armários da empresa.

Os planos da Via Varejo para 2018 incluem concluir a implementação de novo modelo de gestão de lojas, acelerar a abertura de pontos de venda no formato Smart e a instalação dos chamados mini-hubs, ou pequenos galpões, em lojas físicas, de modo a agilizar o tempo de entrega. A meta é encerrar 2018 com 200 a 220 unidades hub e 80 lojas Smart.

Na avaliação dos executivos, a Via Varejo está bem posicionada em termos de capacidade competitiva e tanto as medidas em andamento como as em estudo devem reforçar a liderança do grupo no mercado varejista brasileiro.

Questionados sobre uma eventual expansão das operações da gigante norte-americana Amazon.com no Brasil, os executivos comentaram que monitoram as movimentações do mercado, mas acrescentaram que essa possibilidade não é motivo de preocupação.

"A Amazon todo mundo respeita mundialmente, é uma empresa com bastante sucesso. Mas nossas marcas (Casas Bahia e Ponto Frio) são muito reconhecidas e temos um expertise em serviços financeiros, garantia estendida, e uma infraestrutura logística que eles não têm aqui", comentou Negrão.

Em 9 de fevereiro, a Reuters noticiou que a Amazon.com estava transferindo as operações de livros no Brasil para um parque logístico em Cajamar, a 50 quilômetros de São Paulo, e que negociava a locação de pelo menos 50 mil metros quadrados de área no complexo.

A Via Varejo tem 26 centros de distribuição no Brasil, ocupando 1 milhão de metros quadrados, disse o diretor executivo de Finanças da Via Varejo.

Às 17:41, as units da companhia cediam 1,2 por cento, cotadas a 26,68 reais. Em 2018, contudo, acumulam alta de pouco mais de 9 por cento.

Mais cedo, a Via Varejo reportou lucro líquido de 129 milhões de reais no quarto trimestre, revertendo um prejuízo líquido pro forma de 251 milhões de reais em igual período um ano antes, apoiada em um crescimento de dois dígitos nas vendas e controle de despesas.

Em teleconferência com analistas e investidores, o diretor-presidente da empresa, Peter Estermann, citou um desempenho de vendas positivo em janeiro e potencial para crescimento de receita e participação de mercado.

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