Vendas no e-commerce brasileiro crescem 41% em 2020, diz Nielsen/Ebit
Segundo a consultoria, o comércio eletrônico faturou 87,4 bilhões de reais no ano passado, puxado pela alta do Nordeste

Carolina Ingizza
Publicado em 25 de março de 2021 às 10h18.
Impulsionado pela pandemia de coronavírus , o e-commerce brasileiro cresceu 41% em 2020, faturando 87,4 bilhões de reais, melhor desempenho desde 2007. Os dados são da pesquisa Webshoppers conduzida pela consultoria Ebit/Nielsen em parceria com Bexs Banco.
A alta no faturamento das vendas pela internet se deu pelo aumento na quantidade de pedidos: foram 194 milhões, 30% a mais que em 2019. “O brasileiro mostrou estar totalmente ambientado com o ambiente de compras online. Esse processo amadureceu de maneira muito rápida por causa da pandemia. E os comerciantes souberam transformar a dificuldade em maiores ganhos oferecendo um serviço ágil, confiável e eficiente”, afirmou o líder de e-commerce da Ebit/Nielsen, Marcelo Osanai.
O brasileiro comprou mais pelo smartphone. Do total das vendas, 55,1% ocorreram através desses dispositivos. Isso representa 45,9 bilhões de reais em vendas pelo celular, 79% a mais que em 2019 e 176% sobre 2018. No total, foram 106,6 milhões de pedidos feitos pelos dispositivos móveis. “O brasileiro ficou muito conectado durante a pandemia, com o celular ao alcance da mão. E isso facilitou muito para fazer suas compras de supermercado, roupas, artigos de casa e decoração”, diz Osanai.
As lojas de departamento concentraram 84,3% das vendas de 2020, seguidas pelas de artigos esportivos (2,8%), informática (2,4%), roupas (2,2%) e autosserviço (1,8%). Para o consumidor, o frete grátis é um grande motor de compra: 43% dos pedidos foram nessa modalidade de entrega.
Quanto ao perfil de compra, o brasileiro usa os sites de busca e as redes sociais para chegar até as lojas online. Para artigos de casa e decoração, por exemplo, ambos canais são o início de 55% de todas as vendas. Já para roupas e calçados, é o início de 44%, seguido por perfumaria (38%), petshop (33%) e farmácia (30%).
Entre as regiões brasileiras, os estados do Sudeste continuam correspondendo a 52% do faturamento total, mas o Nordeste dobrou sua participação de um ano para o outro, de 18,5% para 31,7%. “Esse dado mostra que o e-commerce é uma realidade em todo o país, deixou de ser algo restrito. E isso pode ser atribuído às restrições da pandemia. O processo de interiorização do e-commerce se acelerou por conta da nova realidade imposta em todo o mundo”, afirma Osanai.