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Venda de estoques e ativos ajudam Rossi a gerar caixa

Empresa tenta preservar a rentabilidade e segue sem ver melhora relevante do cenário econômico


	Rossi: empresa tem 100 milhões de reais em terrenos tidos como não estratégicos
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Rossi: empresa tem 100 milhões de reais em terrenos tidos como não estratégicos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 11h54.

Rio de Janeiro - A construtora e incorporadora Rossi Residencial planeja vender estoques e ativos não estratégicos para ajudar na geração de caixa, enquanto tenta preservar a rentabilidade e segue sem ver melhora relevante do cenário econômico.

Atualmente, a Rossi tem 100 milhões de reais em terrenos tidos como não estratégicos e que podem ser vendidos para ajudar a reduzir sua alavancagem, disseram à Reuters dois executivos da companhia.

"Ou porque estão em cidades fora do plano estratégico ou fora do segmento que a gente quer atuar", afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da Rossi, Rodrigo Ferreira Medeiros.

A Rossi já se desfez de cerca 190 milhões de reais desde 2012 em ativos neste perfil. Em uma das operações, em outubro de 2013, vendeu a fatia em shopping no Ceará por 80 milhões de reais.

Outra estratégia no curto prazo é uma postura agressiva de venda de estoques, com um desconto médio de 13 a 15 por cento dos produtos em praças não estratégicas ou de unidades prontas ou "quase prontas".

A Rossi tem cerca de 3 bilhões de reais em estoque, dos quais 1 bilhão considerados não estratégicos.

A empresa tem ainda outros 6 bilhões de reais em carteira de unidades já vendidas e que receberá à medida em que entregar os empreendimentos. "A ideia é gerar caixa para reduzir nossa alavancagem, diminuir o custo financeiro", disse Medeiros.

"A campanha de vendas desta carteira especificamente tem tido resultado bastante satisfatório em relação ao mercado", acrescentou o diretor-executivo da Rossi, Leonardo Diniz, sem detalhar números.

Com o objetivo de retomar maior rentabilidade e geração de caixa, a companhia divulgou no ano passado um plano estratégico para o triênio 2013-15, com menor foco momentâneo em metas para valor geral de vendas (VGV) e banco de terrenos.

A empresa reduziu a área de atuação e passou a se dedicar aos segmentos de média e alta renda. Atualmente são considerados estratégicos Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte.

De acordo com os executivos, o nível de despesas já caiu mais de 30 por cento, corrigido pela inflação, em relação ao patamar de 2010-11, quando a Rossi lançou volumes mais expressivos, com otimização de processos e reduções de custos.

"No momento, a gente está muito focado com as etapas finais do ciclo da incorporação, que é a entrega e o repasse, para fazer o caixa voltar. Quando estabilizar a empresa inteira num patamar mais sustentável nas diferentes etapas do ciclo, a gente vai conseguir buscar níveis maiores de eficiência", disse o diretor financeiro.

Para analistas, a Rossi tem que diluir as despesas para ter resultados de longo prazo, já que ainda não tem resultado operacional forte. Entre abril e junho, a empresa gerou caixa pelo terceiro trimestre consecutivo, de 45 milhões de reais, porém menor em relação aos dois períodos anteriores.

Os executivos se disseram confortáveis em relação ao nível atual de endividamento -com a dívida líquida representando 108,7 por cento patrimônio líquido no fim de junho.

Poucos lançamentos no 3º tri

A Rossi realizou poucos lançamentos no terceiro trimestre e o cenário para novos empreendimentos não mudou, segundo o diretor-executivo.

"Eu diria que a gente não tem uma projeção de lançamentos, a gente não dá projeção. Os lançamentos estão mais distribuídos ao longo do ano", afirmou Diniz. Em 2013, os lançamentos Rossi foram de 950 milhões de reais.

No primeiro semestre de 2014, atingiram 374,1 milhões, sem considerar a fatia de sócios. Em 2011, o valor chegou a 4,3 bilhões de reais.

Para o executivo, o cenário econômico até dezembro não deve mudar. "É um ano de cenário difícil, de pouco crescimento do país. Não deve ter grandes mudanças na velocidade de vendas", disse Diniz.

O ano tem sido marcado pela redução dos lançamentos e vendas no setor.

Na capital paulista, maior mercado imobiliário do país, a venda de imóveis novos caiu 48,3 por cento ano a ano no primeiro semestre, recuo de 18,8 por cento dos lançamentos, segundo o Secovi-SP, sindicato de habitação.

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