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Varig cancela rotas e reduz operação internacional

Negociação com empresas de leasing e redução da frota fizeram com que empresa suspendesse vôos temporariamente; Justiça dos EUA prorrogou mais uma vez liminar que protege aérea de arresto de aviões

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Varig decidiu cancelar, a partir desta quarta-feira (21/6), vôos internacionais para 10 destinos e manter vôos para outros dez, privilegiando rotas de maior demanda de passageiros e rentabilidade. A redução da operação foi implementada por conta de negociações da companhia com empresas de leasing, que têm pedido na Justiça dos Estados Unidos o arresto de aeronaves por falta de pagamento. A paralisação de aeronaves por conta das disputas judiciais prejudicou ainda a malha doméstica, que também teve a atividade reduzida.

Empresas como a Boeing, a International Lease Finance Corporation (ILFC) e a GATX conseguiram autorização da Justiça de Nova York para retomar as aeronaves da Varig. Com isso, a aérea brasileira retirou os aviões questionados de operação-7 pertencentes à Boeing, 11 à ILFC, 4 à GATX. A frota reduzida levou a Varig a anunciar a suspensão temporária dos vôos para Milão, Munique, Madri, Paris, Nova Iorque, Los Angeles, Cidade do México, Montevidéu, Assunção e Bogotá. Ficam mantidas em atividade as rotas para Frankfurt (2 vôos diários), Londres (um diário), Aruba (dois por semana), Copenhagen (três por semana), Miami (um diário), Buenos Aires (4 diários), Lima (um diário), Santa Cruz de La Sierra (um diário), Santiago do Chile (um diário) e Caracas (diário, de domingo à sexta-feira).

"Todos os clientes com passagens compradas para os vôos temporariamente suspensos deverão ser acomodados em outros vôos da VARIG ou de outras empresas", declarou a companhia. Problemas com manutenção de aeronaves e clima, segundo a Varig, já vinham causando cancelamento de vôos - só ontem foram 118.

No Brasil, a companhia só continuará operando vôos para Rio de Janeiro (Santos Dumont e Tom Jobim), São Paulo (Congonhas e Guarulhos), incluindo também a ponte-aérea, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Manaus, Foz do Iguaçu, Curitiba, Porto Alegre, Fernando de Noronha, Florianópolis, Macapa e Brasília.

Alívio

Em audiência na Corte de Falências de Nova York, realizada hoje, a Varig ganhou mais um prazo do juiz Robert Drain, que prorrogou, até o dia 21 de julho, a liminar que a protege de arresto por parte de empresas de leasing por falta de pagamento. A proteção vigorará por mais um mês sob a condição de que o grupo NV Participações, novo dono da companhia, deposite 75 milhões de dólares até esta sexta-feira (23/6), exigência também da Justiça brasileira. Do contrário, Drain deve convocar uma nova audiência na próxima semana.

O juiz americano já vinha prorrogando o prazo da medida, à espera de um desfecho do processo de venda da companhia. O prazo da liminar havia sido estendido do dia 31 de maio para 13 de junho, e posteriormente até 21 de junho.

Sinal

Nesta quarta-feira, a Varig chegou à audiência com um dono certo, o consórcio NV Participações - formado pela associação de funcionários Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e outros investidores -, mas ainda com problemas de caixa. Por conta dos sucessivos adiamentos na aprovação da venda da companhia pela Justiça do Rio de Janeiro, a Varig ainda não recebeu os 75 milhões de dólares que devem ser depositados pelo comprador como aporte inicial, previsto pelo edital do leilão judicial. A homologação da proposta do NV Participações só foi anunciada na segunda-feira (19/6), e o NV Participações terá três dias - até esta sexta-feira (23/6) - para depositar o dinheiro.

Representantes da TGV estiveram reunidos ontem com técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para solicitar um financiamento para capital de giro da empresa. Segundo Marcio Marsillac, coordenador da TGV, os 75 milhões de dólares que devem ser depositados até sexta-feira serão aportados pelos investidores que integram o NV Participações. Junto ao BNDES, a intenção é levantar 150 milhões de dólares para manter a Varig operando, além de recursos que permitam a recuperação das 16 aeronaves da companhia paradas por falta de manutenção.

Se o aporte inicial de 75 milhões de dólares não for efetivado no prazo, a Justiça do Rio pode convocar um novo leilão de venda da Varig. O NV Participações ofereceu 1,010 bilhão de reais pelas operações domésticas e internacionais da companhia.

Como fica a operação internacional da Varig a partir de hoje
Rotas suspensasRotas mantidas
MilãoFrankfurt
MuniqueLondres
MadriMiami
ParisBuenos Aires
Nova IorqueLima
Los AngelesSanta Cruz de La Sierra
Cidade do MéxicoSantiago do Chile
MontevidéuCaracas
AssunçãoAruba
BogotáCopenhagen

 

Veja as rotas domésticas que a Varig continua operando
Rio de Janeiro
São Paulo
Salvador
Recife
Fortaleza
Belém
Manaus
Foz do Iguaçu
Curitiba
Porto Alegre
Fernando de Noronha
Florianópolis
Macapa
Brasília
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