Por Natalia Gómez

São Paulo - Depois de operar com apenas três das suas 12 pelotizadoras durante o auge da crise econômica mundial, a Vale acaba de retomar a operação das duas últimas que ainda não haviam sido reativadas: a de São Luís, no Maranhão, e a de Fábrica, em Congonhas (MG). As unidades têm capacidade para produzir 7 milhões de toneladas e 4,5 milhões de toneladas por ano, respectivamente, o que representa cerca de 25% da produção total de pelotas da empresa em 2008. Segundo informou hoje a mineradora, também serão contratados mil aprendizes até o fim do ano para diversas áreas operacionais, não relacionadas apenas à pelotização.

Durante o primeiro trimestre, a empresa chegou a operar apenas com as unidades Tubarão I, Kobrasco e Vargem Grande, segundo relatório de produção divulgado pela Vale em abril. A unidade de Vargem Grande iniciou suas operações no fim do primeiro trimestre de 2009, produzindo 4 mil toneladas. Com ela, o número de pelotizadoras da Vale passou para 13. No segundo trimestre, a Vale manteve em operação apenas Tubarão I e II, Nibrasco (as duas unidades) e Vargem Grande. No terceiro trimestre, todas as pelotizadoras haviam sido retomadas, com exceção de Fábrica e São Luis.

A retomada das pelotizadoras foi gradual, acompanhando a recuperação do mercado siderúrgico. As operações do Espírito Santo, onde a Vale concentra sete unidades de pelotização - Tubarão I e II, Nibrasco (com 2 unidades), Kobrasco, Hispanobras e Itabrasco - estão operando normalmente desde outubro do ano passado. As usinas Itabrasco e Hispanobras retomaram as operações em julho e agosto, respectivamente, enquanto a Kobrasco recomeçou em meados de outubro. Segundo a Vale, a Samarco, joint venture com a BHP, está com suas três unidades em operação desde o fim de março.

Aprendizes

A companhia, que anunciou no fim de outubro a abertura de 820 vagas de aprendizes nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Pará, informou ainda que o número de vagas foi ampliado para cerca de mil vagas até o fim do ano, devido à solicitação de áreas operacionais. Os aprendizes farão três meses de curso teórico no Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e nove a 12 meses de treinamento técnico na Vale.

Em dezembro do ano passado, a empresa demitiu 1,3 mil funcionários no Brasil e no exterior, o que representa 2,1% do total de 60 mil funcionários da empresa no mundo. A medida gerou críticas por parte do governo, que cobrou da Vale a retomada dos investimentos. No mês passado, o presidente da Vale, Roger Agnelli apresentou um plano para investir US$ 12,9 bilhões em 2010.