Vale Day: acordo sobre Brumadinho e retomada da liderança global em pauta
Em evento anual com investidores, a mineradora deve abordar planos para 2021, incluindo o desastre da mina do Córrego de Feijão e a expansão da produção
Mineradora apresenta metas para investidores em 2021 (Denis Balibouse/Reuters)
2 de dezembro de 2020, 06h00
Executivos da Vale vão se reunir com investidores nesta quarta-feira, 02, para discutir as metas para 2021. Espera-se que a companhia aborde principalmente os próximos passos para resolver os passivos relativos ao desastre de Brumadinho, bem como a retomada plena da produção de minério de ferro, o que poderia conferir de volta à companhia o título de maior do mundo.
Na semana passada, a Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha a negociação entre a Vale e o governo mineiro sobre a tragédia de Brumadinho avaliou que a companhia deve pagar 54 bilhões de reais, o que abrangeria a recuperação do rio e um "ressarcimento moral" para as pessoas atingidas pelo desmoronamento da barragem.
Em comunicado, a Vale afirmou que "os valores mencionados até o momento são especulativos e não guardam relação direta com os pedidos dos autores das ações civis públicas”.
Esse tem sido o maior entrave para que a companhia possa retomar plenamente a produção de minério de ferro. Com os preços da commodity nas alturas ao longo da pandemia, a Vale vem se beneficiando da alta demanda global.
Mas sem o título de maior mineradora do mundo, perdido em meio aos desdobramentos da tragédia de Brumadinho, a Vale também perde competitividade frente as suas principais rivais, as anglo-australianas Rio Tinto e BHP Billiton.
Em setembro, a companhia reafirmou que espera retomar a produção de aproximadamente 50 milhões de toneladas de minério até o final de 2021. A Vale não revisou o guidance de produção para este ano, entre 310 milhões e 330 milhões de toneladas da commodity, "assumindo que a extremidade inferior do guidance é o cenário mais provável."
É quase um consenso no mercado que a Vale continua amplamente "descontada", ou seja, seus papéis valem muito menos do que deveriam. O caminho para recuperar esse valor, segundo analistas ouvidos pela EXAME, reside principalmente na adoção de medidas mais contundentes rumo ao ESG -- boas práticas ambientais, sociais e de governança. A mineradora já vem tomando decisões neste sentido. Resta saber se serão suficientes.
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