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Vale ataca siderúrgicas da Europa

São Paulo - A Vale pediu à Comissão Europeia que investigue as siderúrgicas do continente por prática de concorrência desleal. No pedido, a mineradora brasileira acusa as siderúrgicas europeias de agir de maneira orquestrada e ilegal nas negociações para reajuste do preço internacional do minério de ferro - o produto vendido pela Vale. De acordo […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - A Vale pediu à Comissão Europeia que investigue as siderúrgicas do continente por prática de concorrência desleal. No pedido, a mineradora brasileira acusa as siderúrgicas europeias de agir de maneira orquestrada e ilegal nas negociações para reajuste do preço internacional do minério de ferro - o produto vendido pela Vale.

De acordo com a mineradora, as siderúrgicas também estariam alimentando, por meio da Eurofer, a associação do setor na Europa, uma "forte campanha na mídia" contra a posição das mineradoras, entre elas a Vale. "Em razão dessas circunstâncias, achamos que a Comissão deveria investigar a situação", diz o documento entregue à Comissão Europeia.

"A Eurofer deveria olhar para o próprio umbigo antes de apontar o dedo na direção da Vale. O setor siderúrgico europeu está cheio de condenações por desvio de conduta competitiva", disse José Carlos Martins, diretor executivo da área de ferrosos da Vale.

A ação da Vale, entregue por seus advogados à Comissão de Política da Competição em Bruxelas, é um troco nas siderúrgicas da Europa. Dias atrás, elas procuraram a mesma Comissão Europeia e acusaram os maiores produtores de minério de ferro do mundo (a Vale e as australianas BHP Billiton e Rio Tinto) de usar seu poder econômico para impor ao mercado aumentos de preços abusivos.

A disputa entre as siderúrgicas e seus fornecedores de minério esquentou nas últimas semanas, depois que as mineradoras resolveram abandonar um sistema de reajuste anual que vigorou por 40 anos. A Vale adotou o sistema de reajustes trimestrais, definidos com base na média de preços do mercado à vista nos três meses anteriores.

Quando a crise econômica tornou-se mais aguda, entre o final de 2008 e o começo do ano passado, o presidente da Vale, Roger Agnelli, procurou pessoalmente seus principais clientes no mundo para pedir que respeitassem os contratos entre eles. Disse que, se não pudessem comprar as quantidades que haviam encomendado, ao menos não mexessem no preço estipulado nos acordos. Com a demanda no chão, as siderúrgicas não cumpriram os contratos com a Vale e passaram a forçar a compra do minério de ferro pela cotação do mercado à vista, então bem mais baixo que o dos contratos anuais.

Hoje, depois que o vento mudou e o preço do mercado à vista está na estratosfera, quem não quer mais saber de contratos anuais são as mineradoras. Agora, são elas que gostam do mercado à vista. "Não é a Vale que está reajustando o preço do minério. É o mercado", afirma Martins. "Desde agosto de 2009 o mercado vem pagando preços acima do que acertamos nos contratos e a Vale cumpriu todos os acordos. Agora é o momento contratual do reajustar os preços e a Vale está propondo um sistema flexível." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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