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Usiminas inicia planejamento sobre capacidade instalada

A Usiminas tem capacidade de produção de cerca de 9,5 mi de toneladas de aço por ano, mas a fraca economia tem feito a companhia operar abaixo do volume

Usiminas: "Nosso foco agora é o que fazer para operarmos toda a nossa capacidade instalada" (Nelio Rodrigues/EXAME/Reprodução)
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Reuters

Publicado em 28 de julho de 2017 às 18h59.

São Paulo - A Usiminas iniciou estudos sobre o que fazer para ocupar toda a sua capacidade de produção de aços planos em um processo que considera a usina semiparalisada de Cubatão (SP) como parte do grupo, afirmou o presidente-executivo da siderúrgica, Sergio Leite, nesta sexta-feira.

A Usiminas tem uma capacidade de produção de cerca de 9,5 milhões de toneladas de aço por ano, mas a contínua fraqueza da economia brasileira tem feito a companhia operar bem abaixo desse volume, exibindo nível de ociosidade de cerca de 40 por cento atualmente.

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Mas a melhora sequencial nos resultados trimestrais da maior produtora de aços planos do país, após uma reeestruturação de dívida que chegou a ameaçar a continuidade da empresa no ano passado, tem motivado o grupo a pensar sobre sua estratégia futura.

"Nos últimos três anos atravessamos três fases: uma de deterioração de resultado, uma segunda para evitar que a empresa entrasse em recuperação judicial ou mesmo falisse e uma terceira de geração de resultados", disse Leite.

"Nosso foco agora é o que fazer para operarmos toda a nossa capacidade instalada", afirmou o executivo, frisando que a empresa investiu 14 bilhões de reais entre 2008 e 2014 em projetos de crescimento que ficaram prontos em plena crise de excesso mundial de produção de aço e de fraqueza na demanda brasileira.

Questionado sobre se o planejamento da Usiminas para os próximos três a cinco anos inclui a usina de Cubatão como parte da companhia, Leite foi enfático: "Cubatão faz todo o sentido para a Usiminas."

Segundo o executivo, a usina, que deixou de produzir aço bruto no início do ano passado, "está gerando resultado" para o grupo com as atividades de laminação, que ocupam cerca de metade da capacidade mensal de 200 mil toneladas da unidade.

"A paralisação (da produção de aço) de Cubatão é temporária, de no mínimo cinco anos... Para voltar, há necessidade de haver recuperação da economia e essa recuperação ainda não vislumbramos", disse o executivo.

A Usiminas teve lucro líquido de 176 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo prejuízo líquido de 123 milhões apurado no mesmo período do ano passado, beneficiada por volumes maiores de vendas e preços mais altos.

As ações da companhia encerraram em alta de 2,4 por cento, enquanto o Ibovespa avançou 0,3 por cento.

O executivo evitou dar mais detalhes sobre os trabalhos de planejamento da companhia, mas afirmou que a empresa não tem mais tanta urgência para vender a unidade especializada em grandes projetos de bens de capital e infraestrutura Usiminas Mecânica.

"Ela continua à venda, mas não apareceu nenhum interessado. Em função dos resultados que estamos obtendo, a venda não é mais uma necessidade", afirmou o executivo.

Depois de elevar em 11 por cento seus preços ao setor de distribuição, a Usiminas inicia agora negociações com as montadoras de veículos do país, responsáveis por mais de 30 por cento dos negócios da siderúrgica.

Leite evitou comentar o índice de elevação de preços pretendido pela Usiminas nas negociações com as produtoras de veículos, mas afirmou que o reajuste de 25 por cento aplicado no início deste ano ao setor não foi suficiente para equilibrar o quadro de preços das montadoras com o restante dos clientes da companhia.

A produção de veículos do Brasil subiu 23 por cento no primeiro semestre sobre o mesmo período do ano passado, puxada pelas exportações, que avançaram 58 por cento.

"O aumento das exportações sinaliza que as empresas estão competitivas...Estamos vendo a produção das montadoras como sustentável", disse Leite.

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