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Unilever promete produtos mais baratos

Problemas persistentes na Europa e uma desaceleração nos mercados emergentes pesaram sobre o desempenho da fabricante


	Unilever: mercados emergentes, vitais para a fabricante, sofreram nos últimos meses
 (Marcela Beltrão/EXAME.com)

Unilever: mercados emergentes, vitais para a fabricante, sofreram nos últimos meses (Marcela Beltrão/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 14h42.

Londres - A Unilever prometeu a investidores que cortes adicionais de custos e produtos novos e mais baratos vão ajudá-la a aumentar o lucro, mesmo com reticentes consumidores levando seu crescimento de vendas no terceiro trimestre para seu patamar mais fraco em quase cinco anos.

Problemas persistentes na Europa e uma desaceleração nos mercados emergentes, onde a Unilever gera mais de metade de suas vendas, pesaram sobre o desempenho da fabricante de marcas como o sabonete Dove e o detergente Omo.

Para crescer em um momento em que as famílias apertam os cintos e se voltam para lojas de descontos, a Unilever está introduzindo produtos mais baratos e também dando mais ênfase à marca local Arisco no Brasil.

Os mercados emergentes, vitais para a Unilever, sofreram nos últimos meses, com o Brasil escorregando para uma recessão, a China enfrentando o que pode ser sua pior desaceleração em 24 anos e a Rússia lidando com sanções ocidentais em função da crise na Ucrânia.

Na China, em particular, a queda de vendas no terceiro trimestre foi de 20 por cento, conforme varejistas e atacadistas reagiram à desaceleração com a redução dos níveis de estoques.

Na América Latina, a receita cresceu 12,4 por cento no terceiro trimestre, somando 2,019 bilhões de euros de um total de 3,81 bilhões da região das Américas.

Em volume, as vendas latinas subiram 2,4 por cento ante expansão de 1,7 por cento na América do Norte.

No geral, a companhia anglo-holandesa de bens de consumo teve aumento de 2,1 por cento nas vendas no terceiro trimestre, abaixo das expectativas de analistas de crescimento de 3,7 por cento, de acordo com um consenso compilado pela empresa.

O volume de vendas, medindo a quantidade de produtos vendidos, subiu apenas 0,3 por cento no trimestre.

Isso se compara com a estimativa de analistas de avanço de 1,8 por cento e um crescimento de 1,9 por cento no primeiro e segundo trimestres.

"Estamos respondendo a esse ambiente de menor crescimento com o reforço no nosso programa de economias", disse o vice-presidente financeiro da Unilever, Jean-Marc Huet, citando exemplos como o corte de 1.400 postos de trabalho este ano, a redução do número de formulações de produtos de lavanderia e a diminuição à exposição aos custos de financiamento de pensões.

Huet disse que o crescimento geral nos mercados globais em que a Unilever opera estava tendendo a menos de 2 por cento, abaixo dos 3 por cento do início do ano.

"Nós não vemos qualquer melhoria material", disse Huet à Reuters.

A Unilever, no entanto, ainda espera superar o crescimento dos mercados em que opera este ano, e disse que pode alcançar "mais um ano de crescimento de volume rentável à frente de nossos mercados, com melhoria estável e sustentável da margem operacional e forte fluxo de caixa".

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