Um novo problema para a Eletrobras: promessa de greve
Na pauta estão a contrariedade à venda das seis distribuidoras no fim do mês e a contestação do não pagamento de Participação nos Lucros de 2017
EXAME Hoje
Publicado em 16 de julho de 2018 às 06h00.
Última atualização em 16 de julho de 2018 às 07h08.
A estatal de energia Eletrobras terá dias turbulentos pela frente. Sindicatos articulam para esta terça-feira uma greve de funcionários da empresa e das subsidiárias contra a privatização da estatal. Na pauta, além da contrariedade à venda das seis distribuidoras no fim do mês, a contestação do não pagamento de Participação nos Lucros de 2017.
A empresa afirma que os pagamentos serão realizados e que os trabalhadores não serão prejudicados pelos pagamentos em 2012 e 2013 investigados pela Controladoria-Geral da União. Foram anos de prejuízo no balanço da empresa, mas em que houve pagamento de 75 milhões de reais em bônus.
A greve não deve recuar, contudo, porque a venda das distribuidoras não deve retroceder. O leilão está marcado para o próximo dia 26. Por isso, funcionários pedem a saída de Wilson Ferreira Júnior da Presidência da companhia e planejam novas paralisações até o pregão.
A venda das distribuidoras é um prêmio de consolo para o governo depois de a privatização da companhia ter ficado inviável. Mas o processo é cercado de polêmicas. A Justiça do Rio concedeu, na semana passada, liminar para suspender o pregão eletrônico em que o BNDES, o banco estatal de desenvolvimento, iria contratar consultoria para desenhar o modelo de privatização.
A desestatização da holding que envolve a Eletrobras e seus diversos negócios, reduzindo participação da União de 60% para 40% das ações, depende de projeto de lei que foi engavetado pela Câmara dos Deputados e deve se alongar até 2019. “Informo e deixo claro nosso apoio em relação à não votação do projeto de lei da Eletrobras. Isso está garantido e será conduzido desta forma por essa presidência. Não votaremos o projeto de lei da Eletrobras neste ano”, afirmou o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A força dos sindicalistas será testada nesta semana, mostrando qual o tamanho da dor de cabeça para a cúpula da empresa quando esse segundo passo da privatização voltar à pauta.