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Uber, United e JBS: 5 escândalos empresariais de 2017, até agora

De presidentes xingando a diretoria aos repetidos erros da United Airlines, muitas histórias tiveram consequências sérias

Oscar Munoz, CEO da United Airlines: aérea vive momentos de turbulência (Andrew Harrer/Bloomberg/Bloomberg)

Karin Salomão

Publicado em 23 de julho de 2017 às 09h00.

Última atualização em 23 de julho de 2017 às 09h00.

São Paulo - Investigações, denúncias de assédio sexual, corrupção e falas polêmicas marcaram algumas empresas no primeiro semestre deste ano.

De presidentes xingando a diretoria aos repetidos erros da United Airlines, muitas histórias tiveram consequências sérias para essas companhias.

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Confira abaixo um resumo dos escândalos empresariais no primeiro semestre de 2017.

Uber

A Uber está tendo um ano difícil. Em fevereiro, uma ex-funcionária da empresa do Vale do Silício, Susan Fowler, afirmou que foi vítima de assédios sexuais por parte de seus colegas, assim como outras funcionárias da mesma divisão. O departamento de recursos humanos, segundo seu relato, não prestou assistência e ainda a prejudicou em promoções.

Na mesma semana, uma reportagem do New York Times relatou assédios morais e sexuais, competição entre colegas e guerras para subir na carreira entre os funcionários do aplicativo. Mais recentemente, uma matéria do Buzzfeed divulgou que funcionários precisavam acordar no meio da madrugada para responder emails ou resolver o problema, com risco de sofrer graves consequências.

A empresa também precisará pagar pelo menos 45 milhões de dólares para motoristas de Nova York que se sentiram lesados pelos valores repassados a eles. Uma ação coletiva da mesma cidade também processa a companhia por falta de carros adaptados para pessoas com deficiência.

As denúncias de assédio sexual que ocorriam dentro da empresa levaram a uma investigação interna. Investidores pediram a renúncia de Travis Kalanick, cofundador do Uber, que se afastou e, mais tarde, renunciou ao cargo de presidente.

United Airlines

A companhia aérea vivencia um dos piores momentos de sua história. A cada semana, um novo caso ocupava as manchetes, piorando ainda mais sua imagem. O caso mais emblemático foi a expulsão à força de um passageiro de um voo lotado. Ele foi agredido e arrastado pelos corredores, ao recusar ceder seu lugar a outro passageiro. O médico David Dao de 69 anos já iniciou uma ação legal contra a empresa.

Além disso, a United Airlines ainda enfrentou outros casos polêmicos, como o de um escorpião em uma viagem e a morte de um coelho de futuro promissor em outra. A companhia aérea teria expulsado um casal que viajava para realizar seu casamento. Nesse caso, o voo também tinha overbooking. Uma violinista acusou a aérea de tratamento rude quando ela se negou a despachar como bagagem seu frágil violino do século 18.

Na polêmica mais recente, ela colocou um cachorro e seu dono em voos separados. O rapper Quincy Matthew Hanley, de nome artístico ScHoolboy Q, percebeu apenas no seu destino que seu cão, chamado de Yeeerndamean, não estava no mesmo voo. Ele foi deixado com outro cachorro, enquanto seu animal de estimação havia sido colocado em um voo para o outro lado do país. Dono e animal já foram reunidos, mas ainda vai levar muito tempo até que a United Airlines recupere sua imagem.

Eletrobras

Em uma reunião com sindicatos para implantar um plano de corte de metade dos funcionários, o presidente da Eletrobras teria dito que cerca de 40% dos chefes na empresa seriam "vagabundos".

Em gravação, Wilson Ferreira Júnior aparece dizendo que “são 40% da Eletrobras. 40% de cara que é inútil, não serve para nada, ganhando uma gratificação, um telefone, uma vaga de garagem, uma secretária. Vocês me perdoem. A sociedade não pode pagar por vagabundo, em particular, no serviço público”. O executivo foi obrigado a gravar uma fala na televisão interna pedindo desculpas.

Por conta dos adjetivos “vagabundos” e “safados”, sindicatos promoveram uma greve de 24 horas em junho. A Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL) disse que iria recorrer à justiça por danos morais. Ferreira Jr. afirmou que não irá renunciar ao cargo e que busca melhorar a eficiência e produtividade dentro da empresa de energia.

Oi

Há um ano em recuperação judicial, a Oi ainda está longe de uma resolução. Com uma dívida de 19 bilhões de dólares, a única operadora de telecomunicações nascida no Brasil está lutando para chegar a um acordo com credores, acionistas e possíveis investidores.

Dois planos de reestruturação, um em setembro e outro em março, foram rejeitados pelos detentores de títulos. A busca por uma solução chegou ao outro lado do mundo. Hélio Costa, ex-ministro das telecomunicações e um dos conselheiros da empresa, viajou à Xangai com a missão de negociar com investidores chineses um aporte na companhia.

No dia 19 de julho, o conselho de administração da Oi aprovou um aumento de capital de 8 bilhões de reais. Talvez seja o início da melhora na empresa.

JBS e J&F

A noite de 17 de maio foi marcada como uma das piores para o governo Temer. O empresário Joesley Batista, um dos controladores da holding J&F, teria gravado o presidente dando aval à compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso na Operação Lava Jato. A denúncia gerou um terremoto, tanto para Michel Temer quanto para a JBS e sua holding controladora, J&F e até para a economia brasileira.

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, denunciou criminalmente o peemedebista por corrupção passiva. Essa foi a primeira vez na história do país que um presidente foi denunciado no exercício do cargo.

Já a J&F deverá pagar 10,3 bilhões de reais de multa para fechar um acordo de leniência. Para levantar o dinheiro, a empresa está vendendo ativos. Ela já fechou a venda da Alpargatas para a Itaúsa (holding de investimentos do Itaú) e outros fundos da família Moreira Salles e deverá firmar a venda da Vigor em breve. A Eldorado Celulose também está à venda, assim como ativos da JBS.

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