Alstom: trabalhadores destacam a importância da longa presença da GE na França (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 16h26.
Belfort - Para os trabalhadores da Alstom no leste da França, a notícia de que a General Electric (GE) venceu a rival Siemens na disputa por uma associação com a empresa trouxe alívio e uma reação que talvez possa ser resumida pelo ditado "é melhor o diabo conhecido".
Na cidade de Belfort, cerca de 2.500 funcionários da Alstom trabalham por mais de uma década na construção de turbinas elétricas, a apenas algumas dezenas de metros de distância de uma fábrica da GE. Os trabalhadores se encontram a cada dia, na hora do almoço, em uma cantina compartilhada.
O ministro da Economia francês, Arnaud Montebourg, os manteve ansiosos durante semanas sobre o destino de seu empregador --forçando a GE norte-americana a melhorar a sua oferta e levando a uma proposta da rival da alemã Siemens-- e muitos trabalhadores da Alstom admitiam silenciosamente que torciam pela GE.
"O pessoal da GE está aqui há muito tempo, e esta compra garante que as fábricas serão mantidas", disse Daniel, 53, trabalhador de manutenção da Alstom que pediu para não ter o sobrenome mencionado.
"Meu maior medo era a Siemens: com eles no comando, nós seríamos fechados em três anos."
Muitos trabalhadores destacam a longa presença da GE na França como um ponto importante e a empresa ressaltou isso em uma campanha em favor da união entre GE e Alstom com anúncios de televisão e na mídia impressa.
"A GE está estabelecida aqui por mais tempo do que os outros, o que é muito reconfortante", disse Kamel Elgharbi, 36, um funcionário que cuida dos estoques.
Alguns trabalhadores da Alstom, contudo, lamentam não estarem mais na folha de pagamento de uma empresa francesa, e comemoraram o fato de o governo francês ter chegado a um acordo para comprar uma participação na Alstom de seu acionista principal, a Bouygues.
"Esta é a solução menos ruim", disse um engenheiro do departamento de sistemas de controle da Alstom.
"É a melhor solução em termos de manter os nossos postos de trabalho, em comparação com a oferta da Siemens", acrescentou.