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Trabalhadores aceitam proposta da GM para São José dos Campos

Acordo inclui reajuste zero nos salários em 2019 e, como contrapartida, montadora se comprometeu a investir mais R$ 5 bilhões na unidade

GM: Empresa fecha acordo para reduzir custos trabalhistas (SOPA Images/Getty Images)

GM: Empresa fecha acordo para reduzir custos trabalhistas (SOPA Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 20h11.

São Paulo - Os trabalhadores da fábrica da GM de São José dos Campos (SP) aceitaram nesta quinta-feira, 7, proposta feita pela empresa para reduzir custos trabalhistas. Como contrapartida, afirma o sindicato, a montadora se comprometeu a investir mais R$ 5 bilhões na unidade.

O atual programa de investimento da empresa no Brasil, de R$ 13 bilhões, acaba este ano. O anúncio de um novo plano estaria vinculado a acordos com governos, funcionários de todas as três fábricas de carros, fornecedores e revendedores. Como havia informado o Estadão, o novo plano, considerando todas as fábricas, seria de R$ 10 bilhões.

A proposta da montadora para São José inclui reajuste zero nos salários em 2019. Para 2020, a GM propôs reposição de 60% da inflação em 12 meses medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) - em ambos os casos, portanto, os trabalhadores teriam perda real no rendimento. A reposição da inflação total só voltaria em 2021.

Para amenizar a falta de reajuste em 2019, os trabalhadores terão abono salarial de R$ 2,5 mil. Para 2020, já com a reposição parcial da inflação, o abono cairá para R$ 1,5 mil. Em 2021, com a reposição total, deixa de haver abono.

A proposta foi feita após seis rodadas de negociações com o sindicato dos metalúrgicos da cidade. A votação entre os trabalhadores ocorreu na tarde desta quinta-feira, 7, e, segundo o sindicato, reuniu quatro mil pessoas.

A GM começou as conversas com 28 reivindicações. Após as rodadas de negociações, a pauta caiu para 10 pontos. Em um deles, que toca no piso salarial de novos contratados, houve recuo da montadora. No início, a empresa queria reduzir o piso de R$ 2,3 mil para R$ 1,6 mil, uma queda de 30%. Depois, propôs redução para R$ 1,7 mil nesse momento, com aumento para R$ 1,8 mil em setembro. Segundo o sindicato, a empresa também desistiu de aumentar a jornada de 40 para 44 horas semanais e adotar a terceirização irrestrita na fábrica.

A GM ainda mantém negociações com os sindicatos das demais cidades onde mantém fábricas de carros, em São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS). A fábrica de São José, no entanto, era a que estava em situação mais delicada.

A montadora também segue conversando com os governos dos Estados onde está instalada. Em São Paulo, pede antecipação de créditos acumulados no ICMS. No Rio Grande do Sul, pede isenção no ICMS do frete interestadual e medidas que reduzam o custo de exportação a partir do Porto de Rio Grande.

As conversas tiveram início depois que a empresa divulgou comunicado interno no qual afirmou que estava dando prejuízo no Brasil há três anos e indicou que poderia deixar de produzir no País se não voltasse a ter lucro em 2019.

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