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Toyota lança o híbrido Prius no Brasil, mas vendas começam só em 2012

Segmento ainda tem vendas tímidas no país, mas montadoras devem continuar investindo na importação destes veículos como estratégia de marketing

O híbrido Prius em frente à fábrica da Toyota (Getty Images)

O híbrido Prius em frente à fábrica da Toyota (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2011 às 19h33.

São Paulo - O ainda incipiente mercado nacional de carros híbridos – que combinam a propulsão de um motor a combustão com outro movido à eletricidade (veja quadro) – receberá mais um competidor. A montadora japonesa Toyota anunciou nesta quarta-feira em Alagoas que começará a comercializar no país em 2012 um ícone deste segmento: o Prius. Trata-se do híbrido de maior sucesso da história, com mais de 2,3 milhões de unidades vendidas em todo o mundo.

Segundo a empresa, as vendas devem começar no segundo semestre do ano que vem. Com o lançamento do Prius, a Toyota promete trazer para o país a aura inovadora e “verde” que o veículo lhe rendeu lá fora.

O Prius, lançado em 1997, até hoje lidera as vendas no segmento no mundo. Em seus 14 anos de existência, é um benchmark ainda a ser batido. “O Prius sofreu nos primeiros seis anos até se estabelecer. Para tanto, foi ajudado por incentivos fiscais nos Estados Unidos e depois na Europa. Depois de um tempo, no entanto, provou que é um carro resistente e de qualidade. Por isso ele é um ícone”, avalia David Wuong, diretor da consultoria Kaiser.

O segmento de veículos híbridos, que existe nos Estados Unidos há mais de uma década, ainda não estourou por aqui. O Fusion híbrido, da Ford, por exemplo, tinha vendido desde seu lançamento no Brasil, no fim no ano passado, até julho apenas dez unidades, pelo preço de 133.900 reais.

Preço alto – O Prius, aliás, deve estrear numa faixa de preço similar, entre 100.000 reais e 130.000 reais, ainda sem incentivos fiscais – que estão sendo negociados com o governo.


A expectativa dos japoneses é vender entre 50 e 100 unidades por mês, o que equivale a apenas 0,034% de todos os automóveis e veículos comerciais leves comercializados em setembro. Com uma performance comercial tão modesta, a aposta dos especialistas é que as montadoras estejam trazendo híbridos para o mercado nacional muito mais como um investimento em imagem do que por seu resultado de vendas.

Marketing – Uma das razões apontadas para esta conclusão é a forma como o veículo será lançado pela Toyota no Brasil. Junto com a chegada do Prius, a montadora fará o anúncio concomitante de um projeto de apoio à Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, em Alagoas.

Além disso, a introdução do veículo no Brasil se dará em três fases. Num primeiro momento, a montadora emprestará modelos a jornalistas da imprensa especializada e celebridades. O objetivo é difundir o máximo possível de informação sobre a tecnologia híbrida. Em seguida, a empresa avaliará a aceitação do produto e o que deve ser adaptado.

Só então, as unidades começarão a ser comercializadas. “A vinda do híbrido para o Brasil tem muito mais um sentido institucional do que de ganhar mercado. A intenção é colocar a Toyota como uma marca inovadora e sustentável e fazer com que o público comece a entender a tecnologia”, explica Luiz Carlos Mello, diretor do Centro de Estudos Automotivos.

Funcionamento – O Prius a ser inserido pela Toyota no país tem design de terceira geração. Funciona com dois motores, um elétrico e outro à combustão. A energia proveniente da desaceleração, que seria dissipada em forma de calor, é aproveitada para alimentar o motor elétrico.

O condutor pode escolher quatro modos de direção: normal, em que o sistema escolhe entre os dois motores de forma automática; o EV, em que o veículo funciona no modo 100% elétrico; o ECO, em que o veículo calibra a resposta de aceleração de modo a economizar combustível; e o PWR, em que o veículo intensifica a resposta à aceleração em até 25% para otimizar o desempenho. A partida dispensa chave de ignição e pode ser feita acionando o botão Power, no painel.

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