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Totvs prorroga oferta pela Linx e levanta suspeita sobre a Stone

Documento alega que dificuldades cada vez maiores foram criadas para impedir que a proposta fosse devidamente apreciada em assembleia

Disputa pela Linx: Totvs reforça críticas a conselheiros independentes (Germano Lüders/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de outubro de 2020 às 21h04.

Última atualização em 9 de outubro de 2020 às 20h35.

A acirrada disputa pela Linx ganha mais um capítulo. Em reunião realizada na quarta-feira, 7, o conselho de administração da Totvs aprovou a prorrogação da oferta de combinação com a Linx até o dia 17 de novembro. Na ocasião, a companhia ganhou destaque pelas duras críticas feitas à atuação dos conselheiros independentes da segunda empresa, levantando suspeita sobre a idoneidade com favorecimento pela proposta da Stone.

O documento alega que a ausência de transparência e o modus operandi de suprimir a possibilidade de escolha pelos acionistas têm sido práticas reiteradas pela administração da Linx com a Totvs, alegando que dificuldades cada vez maiores foram criadas para impedir que a proposta fosse devidamente apreciada em assembleia, em detrimento da oferta que a Stone fez.

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"Desde o início, os conselheiros ditos independentes da Linx assumiram publicamente o compromisso de garantir competição justa e aberta entre as propostas", fala a empresa em Fato Relevante divulgado nesta quinta-feira, dizendo que a Totvs confiou no "compromisso de tratar de modo equilibrado ambas as ofertas". Depois de assinarem aditivos e analisarem de forma apressada as propostas, os conselheiros da Linx, segundo a Totvs "perderam sua independência e se tornaram parte integrante e conflitada na análise".

"Sob a pretensa intenção de entender a proposta da Totvs , limitaram-se a tentar ajustar a proposta ao modelo da Stone, esperando que a Totvs fosse concordar em se submeter às mesmas ilegalidades e a constranger, igualmente, seus acionistas", critica a empresa, dizendo que não vai concordar com isso.

A Totvs então passa a destrinchar, ponto a ponto, as críticas que os conselheiros independentes da Linx fizeram à oferta, dizendo que a atitude deles é "absolutamente contraditória". "Se está tão convencido de que a proposta da Stone é melhor, por que não conceder tratamento igualitário e submeter as duas aos acionistas isentos na mesma assembleia?", questiona a administração, afirmando que os administradores da Linx vão levar vantagens pessoais ao aprovarem a oferta da Stone.

Um dos pontos que a Totvs chama a atenção é um "alegado risco de desistência" que os conselheiros independentes da Linx apontaram ao não dar prosseguimento à oferta, dizendo que a afirmação não tem fundamento e é mais um "subterfúgio" para desqualificar a empresa. "A administração da Totvs confirmou reiteradamente sua intenção de realizar antecipadamente a assembleia geral de seus acionistas, de sorte a submeter e ter previamente aprovada a proposta, antes mesmo da assembleia geral dos acionistas da Linx", diz o Fato Relevante.

A Totvs também critica a afirmação de que as sinergias entre as duas empresas são possíveis de serem avaliadas, mostrando em outro documento que os ganhos operacionais estão estimados em valor presente líquido de aproximadamente 3,2 bilhões de reais, com a diminuição dos custos operacionais em 60 milhões de reais por ano, e com receita líquida de 160 milhões de reais ao final do quarto ano após a combinação de negócios. "Tais fatos evidenciam que o comitê independente não tinha a real intenção de avaliar a proposta da Totvs de forma imparcial", dizendo que os assessores fizeram isso como forma de indicar inferioridade ante a oferta da Stone.

Sobre a maior dificuldade da aprovação da oferta no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Totvs reafirma que a multa de 100 milhões de reais em caso de aprovação evidencia a confiança da empresa que isso não vai ocorrer. "O processo de análise das duas propostas deve ser similar e o tempo de exame bastante próximo, não havendo qualquer fundamento para uma suposta diferença relevante de prazos", comenta a Totvs, destacando que a proposta da Stone também vai receber "importantes contestações de seus concorrentes" e resultaria em práticas que a própria empresa de meios de pagamentos questionou no colegiado.

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