TotalEnergies investe em pesquisa, desenvolvimento e inovação para acelerar a transição energética
Empresa global de energia integrada possui, hoje, mais de 65% de seus projetos de P&D nas áreas de descarbonização e novas energias
EXAME Solutions
Publicado em 8 de julho de 2024 às 11h50.
Além de implantar as tecnologias atuais já conhecidas que podem acelerar a transição energética, é necessário um impulso global em pesquisa, desenvolvimento e inovação para alcançar o objetivo de neutralidade de carbono. E é exatamente essa a estratégia da TotalEnergies, empresa global de energia integrada que completou 100 anos em 2024. Com investimentos de US$ 1 bilhão/ano em Pesquisa & Desenvolvimento globalmente e mais de 3,5 mil funcionários dedicados a esta área, a multinacional aloca mais de 65% desse valor em projetos de novas energias (eletricidade renovável, novas moléculas), baterias e redução de nossa pegada ambiental (metano, CCUS, água, biodiversidade).
No Brasil, a área de P&D existe desde 2018 e possui atualmente mais de 70 projetos firmados com universidades e em parceria com a indústria, somando mais de US$ 80 milhões em iniciativas nas áreas de upstream, renováveis e descarbonização das operações.
“Não podemos falar de futuro sem mencionar também os investimentos em P&D, que possuem um papel importante nesta ambição para assegurar avanços tecnológicos que serão necessários para desenvolver uma indústria competitiva para renováveis e novas moléculas e acompanhar os próximos passos para a transição energética”, comenta Charles Fernandes, diretor-geral da TotalEnergies EP Brasil e country chair.
Ele ressalta que o Brasil é um país emblemático para a empresa e tem um importante papel em sua estratégia de transição energética. Como resultado, a TotalEnergies fez um incremento nos investimentos em P&D de renováveis no Brasil nos últimos anos, potencializado por uma mudança relevante na chamada “cláusula do 1%” da Agência Nacional de Petróleo (ANP). “Apesar de ser mandatória, vemos essa cláusula como uma oportunidade. Em 2021, a cláusula foi estendida para o desenvolvimento de projetos alinhados com a transição energética, passo muito importante para fomentar uma economia de baixo carbono no Brasil e desenvolver a capacidade científica e tecnológica local deste setor”, completa Fernandes.
Convênios com universidades brasileiras
O desenvolvimento de um portfólio robusto no campo da pesquisa, desenvolvimento e inovação não seria possível sem parcerias com universidades. Neste sentido, o Brasil possui um meio acadêmico extremamente competente e as apostas de pesquisa estão cada vez maiores em projetos de baixo carbono. Esse foi, inclusive, um tema exaustivamente debatido durante o Energy Summit, evento realizado em junho no Rio de Janeiro e um dos principais fóruns de inovação e empreendedorismo em energia sustentável do planeta, organizado em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). “O Brasil dispõe de ingredientes certos para alavancar a transição energética, assumindo a posição de liderança. Características geográficas, universidades de ponta na área, atuação de empresas nacionais e internacionais (...). Temos muitas alternativas por aqui” , disse Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit Global e vice-presidente de energia e sustentabilidade do MIT Technology Review Brasil.
Ele também reforçou a relevância da parceria entre grandes empresas e universidades. “Na metodologia do MIT, esses são dois dos principais atores que compõem o ecossistema de inovação. O papel das universidades é formar pessoas de excelência, tanto para as empresas quanto para os produtos de pesquisa. No setor de energia, você tem muito comum uma figura que eu chamo de deep tech — ou tough tech, na nomenclatura do MIT — que são as startups que vão além do mundo digital. Muitas delas nascem das universidades, nascem de pesquisas acadêmicas que se tornam novos negócios.”
A TotalEnergies também aposta no potencial de pesquisa e desenvolvimento no meio acadêmico. Só em 2023, a empresa assinou 24 convênios com três universidades — Unicamp, USP e UFRJ — na área de renováveis, com projetos que somam R$ 134 milhões em investimentos.
A parceria firmada com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, prevê investimentos de R$ 23 milhões para o desenvolvimento de tecnologias digitais, como inteligência artificial, digital twins e block chain, para aplicações em energia solar fotovoltaica e armazenamento de energia em baterias.
Para a Universidade de São Paulo (USP), foram alocados R$ 80 milhões em um total de 11 projetos voltados para pesquisas na geração e operação de energias renováveis mais eficientes e no desenvolvimento de tecnologias para parques eólicos onshore e offshore.
Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estão sendo desenvolvidos um conjunto de sete projetos, totalizando R$ 31 milhões aplicados em dois temas principais: sistemas híbridos de geração de energia (solar, eólica, hidrogênio e baterias) e geração eólica offshore. Os projetos do primeiro grupo visam desenvolver soluções de geração de energia elétrica combinando fontes renováveis de energia com sistemas convencionais. Já os de eólica são focados no aproveitamento do potencial eólico offshore da costa brasileira, passando pela avaliação de sistemas de transmissão de energia elétrica e, ainda, pelo impacto da inserção de grandes blocos de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN).
“Todos esses convênios estão alinhados com a ambição da TotalEnergies de fornecer uma energia melhor, mais limpa, mais confiável e acessível ao maior número possível de pessoas”, explica Charles Fernandes.
Programa de Inovação Aberta
Seguindo práticas globais, a TotalEnergies também investe, no Brasil, em inovação aberta para estimular ideias disruptivas que venham de startups e empresas. Lançado em 2023, o programa brasileiro de inovação aberta da TotalEnergies recebeu mais de 100 propostas em sua primeira edição. Uma das startups selecionadas este ano para participar do programa é a Bee2Be. O projeto atende principalmente a dois dos quatro eixos da estratégia de sustentabilidade da empresa: o “ cuidado com o meio ambient e”, por meio da polinização sustentável por abelhas nativas para restaurar manguezais; e o eixo “ gerar prosperidade nos territórios onde está presente ”, ao criar renda para as comunidades do entorno do mangue.
O projeto é considerado inovador, pois alia a preservação ambiental aos cuidados das comunidades locais. A iniciativa promove a regeneração natural dos manguezais, que podem capturar até 5 vezes mais carbono do ambiente que as florestas tropicais (estocagem no solo), enquanto gera renda e educa ambientalmente as comunidades do entorno envolvidas. Atualmente, a Bee2Be está na fase inicial de implementação do projeto que acontece no Litoral Norte da Bahia.
“A relevância do projeto reside na sua capacidade de restaurar ecossistemas críticos, essenciais para a biodiversidade. Além disso, a metodologia aplicada permite escalabilidade, possibilitando sua expansão para outros manguezais no futuro, afirma Simone Ponce, fundadora e CEO da Bee2Be.
Mas, para levar esse projeto para outras regiões, a Startup precisa de recursos financeiros. Segundo Simone, a Bee2Be se inscreveu no programa de inovação aberta Startup Together da TotalEnergies para alavancar o impacto ambiental e social, alinhando ações com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. “Vimos no programa uma oportunidade estratégica para integrar inovação tecnológica e práticas sustentáveis, criando soluções eficazes para a restauração de ecossistemas e apoiando na transformação social na região. A parceria com a empresa proporciona recursos essenciais e uma rede de apoio que potencializa a capacidade de ação da startup”, finaliza Simone.
“Também acreditamos no potencial transformador e criativo das startups na busca de soluções de impacto para o setor e para a sociedade. Temos muito orgulho de sermos parceiros em uma iniciativa pioneira e inovadora, dois compromissos essenciais para nossa empresa”, destaca Charles Fernandes. “Não podemos falar de transição energética sem pensarmos na transição justa, e esse projeto alia o nosso compromisso com o meio ambiente e com a nossa atenção com as pessoas e a sociedade”, finaliza.