Tok&Stok recebe aporte de R$ 100 milhões, fecha lojas e reestrutura dívida de R$ 350 milhões
Os novos recursos são uma composição de investimentos dos dois sócios do negócio, o fundo Carlyle, que adquiriu 60% da varejista em 2012 por R$ 700 milhões, e da família Dubrule, fundadora da rede em 1978
Repórter de Negócios
Publicado em 27 de junho de 2023 às 12h28.
Última atualização em 27 de junho de 2023 às 13h53.
A reestruturação financeira da Tok&Stok ganhou um novo capítulo com a divulgação de um aporte de R$ 100 milhões nesta segunda, 26. A varejista de móveis tem uma dívida estimada em mais R$ 350 milhões de reais.
Os novos recursos são uma composição de investimentos dos dois sócios do negócio, o fundo Carlyle, que adquiriu 60% da varejista em 2012 por R$ 700 milhões, e da famíliaDubrule, fundadora da rede em 1978.
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A companhia também conseguiu renegociar a dívida com os quatro bancos credores como o Santander e o Banco do Brasil. De acordo com o comunicado, as instituições financeiras concordaram em dar umfôlego de dois anos para a empresa que não precisarárealizar os pagamentos no período, se concentrando na recuperação financeira.
Quais os efeitos da reestruturação
As iniciativas fazem parte de uma estratégia empregada desde o começo do ano quando contratou a consultoria Alvarez & Marsal para restruturar a dívida avaliada em cerca de R$ 600 milhões.
Ao longo dos últimos meses, a varejista fez vários movimentos para melhorar a estrutura operacional do negócio, processo que tem envolvido a redução do quadro de funcionários, a promoção de saldões e o fechamento de 17 lojas que operavam no vermelho.
Atualmente, aTok&Stok tem 51 lojas distribuídas por todos os estados do país e, segundo nota à imprensa, todas entregando números positivos. "Acompanhia já apresenta geração de caixa positiva em 2023", diz.
Como a Tok&Stok chegou até aqui
Os problemas da Tok&Stok estão principalmente relacionados à falta de uma estratégia única (e eficaz) para manter a companhia de pé. Nos últimos seis anos, avarejista teve cinco presidentes diferentes, cada um com um estilo e um direcionamento próprios para a companhia.
O crescimento da empresa, mesmo na pandemia, também não era dos maiores. Em 2020, momento de demanda aquecida para o setor com a euforia do isolamento social, a empresa mostrou que crescia cerca de um dígito ao ano desde 2017.
De lá para cá, a empresa andou de lado, com uma receita na casa dos R$ 1,6 bilhão em 2022 e Ebitda negativo, que consome caixa com dívidas que vão do banco ao fornecedor.
Em abril deste ano, uma consultoria chegou a pedir afalência da empresa com a alegação de que a varejista tem uma dívida de R$ 3,8 milhões referente a um projeto que foi suspenso.