Negócios

Todos serão punidos no caso Odebrecht, diz República Dominicana

O presidente Danilo Medina, afirmou que não haverá espaço para a impunidade no caso das propinas pagas pela construtora no país

Odebrecht: o Ministério Público da República Dominicana chegou a um acordo com a Odebrecht para que a empresa pague US$ 184 milhões (Sebastian Castaneda/Reuters)

Odebrecht: o Ministério Público da República Dominicana chegou a um acordo com a Odebrecht para que a empresa pague US$ 184 milhões (Sebastian Castaneda/Reuters)

E

EFE

Publicado em 27 de fevereiro de 2017 às 17h36.

Santo Domingo - O presidente da República Dominicana, Danilo Medina, afirmou nesta segunda-feira que não haverá espaço para a impunidade no caso das propinas pagas pela construtora Odebrecht no país, um escândalo que, avaliou, provocou a "justa indignação" dos cidadãos.

Em discurso na Assembleia Nacional, Medina afirmou que não existem "vacas sagradas no governo" e que elas "não existirão" enquanto ele for o presidente. Além disso, ressaltou as ações realizadas pelo Ministério Público e ressaltou a parceira da instituição com a Justiça do Brasil para colher informações.

Foi a primeira vez que Medina falou sobre o escândalo da Odebrecht, que explodiu no país em dezembro do ano passado. Segundo ele, o acordo com o Brasil não interrompe a investigação em andamento, que deve punir "caia quem caia".

O Ministério Público da República Dominicana chegou a um acordo com a Odebrecht para que a empresa pague US$ 184 milhões, o dobro que admitiu ter pago em propinas a funcionários do governo para vencer licitações de obras públicas entre 2001 e 2014. O pacto ainda precisa ser homologado pela Justiça.

O acordo foi questionado pela oposição e diversos grupos que integram o coletivo Macha Verde. Na semana passada, eles entregaram à presidência um abaixo-assinado para exigir a criação de uma comissão de promotores independentes, acompanhados pela ONU, para investigar as propinas pagas pela Odebrecht.

"O escândalo provocou a justa indignação de muitas pessoas, mas a Justiça não pode apressar o processo. Isso não é bom", disse Medina.

"No caso da Odebrecht e de qualquer outro, o Ministério Público, a Procuradoria-Geral da República e a Justiça têm plena condição para atuar sem nenhum tipo de limitação. Confiamos que isso continuará caia quem caia, até as últimas consequências", ressaltou.

Medina também falou sobre uma termelétrica que está sendo construída por um consórcio do qual a Odebrecht faz parte desde 2013. O presidente nomeou uma comissão de notáveis para averiguar todas as informações da licitação.

"Estou decidido que o povo dominicano deve conhecer toda a verdade sobre a licitação, o governo não tem nada o que esconder e confio que, em muito breve, possamos conhecer as investigações dessa comissão", afirmou Medina.

O Partido Revolucionário Moderno, de oposição a Medina, disse que o discurso foi fantasioso e demagógico. Além disso, afirmou que o presidente não deu respostas críveis à corrupção e à impunidade.

Acompanhe tudo sobre:Novonor (ex-Odebrecht)Operação Lava JatoRepública Dominicana

Mais de Negócios

Morre Paulo Fernando Fleury, um dos ícones da logística empresarial no país

Franquia de sucesso: como a Domino’s transformou um empréstimo de US$ 900 em um negócio bilionário

Sob nova gestão, iFood prepara investimentos em startups e mira verticais de mercado e de benefícios

Colaboração entre Dell e Microsoft facilita a vida de empresas na gestão do ambiente multicloud

Mais na Exame