Usina de biogás da TIM e parceiro: geração sustentável (TIM/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 08h46.
Em um setor eletrointensivo, a operadora TIM está avançando em seu plano de geração de energias renováveis. Para 2021, a companhia deve atingir 60 usinas do gênero, incluindo biogás. A meta é superar 80% do consumo proveniente de fontes limpas.
"Temos conseguido avançar além do plano traçado originalmente e obtido sucesso. Estamos melhorando nossa matriz energética com fontes mais sustentáveis e redução de custos", afirma Bruno Gentil, vice-presidente de recursos corporativos da TIM, em entrevista exclusiva à EXAME.
No âmbito do "Plano Nacional de Geração Distribuída" da companhia, iniciado em 2017, a TIM já entregou 24 usinas, incluindo solar, centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) e biogás, somando 15 gigawatt-hora (GWh) de capacidade, que distribuem energia para mais de 8.000 unidades de consumo como antenas, torres de telecomunicações e lojas próprias.
De acordo com o executivo, até setembro 62% do consumo de energia da operadora foi proveniente de fontes renováveis, superando a meta estabelecida de 60%. "A expectativa é chegar a 78% no final de 2020 e superar 80% em 2021."
Ao todo, serão 60 usinas de energia solar, CGHs e biogás, com geração mensal de 38 GWh de energia, o suficiente para abastecer uma cidade com 150.000 habitantes. "Inicialmente, prevíamos 48 usinas num prazo de dois anos, mas ampliamos para 60", relata o executivo.
Gentil conta que a TIM é a primeira operadora a ter uma usina de biogás que usa resíduos sólidos urbanos como fonte de geração. "O Brasil tem um problema crônico de tratamento de lixo. A ideia era aliar nosso projeto de renováveis com essa causa", diz. "Fizemos a usina em Mauá, que é bem próxima da capital paulista", acrescenta.
O VP da TIM relata que o principal desafio para expandir o consumo de energias renováveis é cumprir o plano à risca -- ainda mais na pandemia, quando os obstáculos cresceram. "É preciso disciplina e até uma certa dose de coragem, trata-se de um plano muito complexo. Mas temos conseguido achar parceiros para ter uma oferta constante de energia."
Embora não abra nomes, a TIM afirma que os parceiros são empresas consolidadas no setor de energia, cerca de 10, que investem na construção das usinas. Em um modelo comum no mercado, a TIM faz o arrendamento de cada unidade construída, com contratos de longo prazo com demanda garantida.
"Na constituição de custo de uma empresa de telecom, energia tem um peso grande. Quando há um consumo mais eficiente, a equação é mais favorável."
Gentil afirma que a companhia está buscando ainda mais diversificação, com a possibilidade de contar com uma usina eólica no futuro. "Ainda não temos geração eólica, mas queremos ter."
Ele destaca, porém, o desafio de atingir 100% do consumo de fontes renováveis. "O mercado livre de energia continua sendo uma opção muito atrativa, mas nós temos a sustentabilidade no DNA. Estamos há mais de 10 anos no índice de sustentabilidade de B3, temos vontade e metas claras para ter cada vez mais energia renovável no plano de negócios."