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Tesla apela para orgulho dos funcionários para ampliar produção

O diretor sênior de engenharia, Doug Field, declarou que superar 300 veículos Model 3 por dia seria “vitória incrível” diante de dúvidas sobre companhia

O Tesla Model S, em um showrrom da montadora de elétricos na Califórnia (Justin Sullivan/Getty Images)

João Pedro Caleiro

Publicado em 1 de abril de 2018 às 11h09.

A Tesla ampliou os esforços para cumprir as metas de produção, dando a funcionários a opção de trabalhar no essencial Model 3 e não em outros veículos. É uma tentativa de instigar o espírito competitivo dos empregados para surpreender quem duvida da companhia sediada na Califórnia.

A montadora comandada por Elon Musk vai suspender a produção nas linhas Model S e Model X na quinta e sexta-feira porque está à frente das metas do trimestre, informou o diretor de produção, Peter Hochholdinger, em email enviado a funcionários em 21 de março, ao qual a Bloomberg News teve acesso.

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Um “número limitado” de funcionários que montam esses veículos teria escolha de trabalhar no Model 3 nesses dois dias e no sábado, segundo ele.

No entanto, um porta-voz da Tesla informou nesta quinta-feira que a planejada paralisação das linhas S e X agora só vai ocorrer na sexta-feira e não em dois dias e que a pausa não é relacionada às metas de produção do Model 3.

Dois dias após o envio do email de Hochholdinger, outro alto executivo da empresa pediu urgência para atingir a meta de montar 2.500 unidades do Model 3 por semana até o fim do trimestre.

O diretor sênior de engenharia, Doug Field, declarou que superar 300 veículos Model 3 por dia seria uma “vitória incrível” em um momento em que investidores duvidam da companhia e se posicionam para ganhar com a queda das ações.

“Eu pessoalmente me sinto insultado e vocês também deveriam se sentir assim. Vamos fazer com que eles se arrependam de apostar contra nós”, escreveu Field em email enviado em 23 de março. “Vocês vão provar que muitos dos que nos odeiam estão errados.”

A ação da Tesla sofreu nesta semana, com investidores e analistas questionando sua capacidade de fabricar em massa o sedã no qual investiu bilhões de dólares ou de expandir rapidamente as vendas.

Gargalos na fábrica de baterias da Tesla e na unidade de montagem prejudicaram os trabalhos e o retorno sobre o investimento, alimentando especulações de que a companhia pode ser forçada a captar mais dinheiro.

Quando Field mandou o email, a Tesla estava produzindo mais de 200 sedãs Model 3 por dia, segundo o conteúdo. Field incitou os funcionários a romper rapidamente a barreira dos 300 carros por dia e ir além, mantendo os padrões de qualidade.

Alguns especialistas que testaram o Model 3 criticaram inconsistências no painel e problemas com a tela de 15 polegadas que controla muitos dos recursos do automóvel.

“O mundo está nos observando de perto para entender uma coisa: Quantos Model 3 a Tesla pode montar por semana?”, escreveu Field. “Este é um momento crítico na história da Tesla e há muitas razões para ser tão importante. Você deve escolher a que mais te impacta e te motiva a vencer.”

A ação da Tesla caía 2,5 por cento para US$ 251,46 às 10:23 em Nova York, após um tombo de 15 por cento na terça e quarta feira. Foi a maior queda acumulada em dois dias desde fevereiro de 2016.

Além dos problemas com o Model 3, a Tesla coopera com órgãos reguladores na investigação de um acidente fatal com o Model X na semana passada, que forçou a empresa a defender publicamente o sistema de assistência ao motorista Autopilot.

Também na terça-feira, a agência Moody’s Investors Service rebaixou a classificação de crédito da Tesla, que já estava na categoria junk ou alto risco.

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