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Telefónica reitera meta de lucro para 2010

A Telefónica reiterou hoje sua meta de lucro de 2,10 euros por ação para 2010 e de crescimento da receita a uma taxa anual composta de 1% a 4% até 2012, disse um porta-voz da companhia. As ações do grupo, no entanto, operaram em baixa hoje, prejudicadas pela desvalorização do bolívar, a moeda da Venezuela, […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

A Telefónica reiterou hoje sua meta de lucro de 2,10 euros por ação para 2010 e de crescimento da receita a uma taxa anual composta de 1% a 4% até 2012, disse um porta-voz da companhia. As ações do grupo, no entanto, operaram em baixa hoje, prejudicadas pela desvalorização do bolívar, a moeda da Venezuela, que apagou mais de US$ 1 bilhão do lucro da empresa retido no país. Na sexta-feira passada, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou a introdução de um regime de câmbio duplo, com uma taxa de 2,6 bolívares por dólar para bens e serviços "prioritários" e de 4,3 bolívares por dólar para o restante das transações oficiais. O anúncio representa uma desvalorização média de 63,7%.

Os analistas mostraram-se céticos com relação à capacidade da Telefónica, que é a maior companhia de telecomunicações da Europa em capitalização, de cumprir suas metas. O grupo há muito tempo depende da América Latina para seu crescimento, que lhe ajuda a compensar a debilidade dos mercados europeus, alguns dos quais ainda atingidos pela recessão. "É difícil ver como a Telefónica cumprirá suas metas de lucro por ação após a desvalorização na Venezuela", disse o analista Georgios Ierodiaconou, do ING. "A companhia também enfrentará mais dúvidas agora sobre de onde seu crescimento na América Latina virá e sobre se a expansão é real ou sustentada pela inflação", acrescentou.

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A desvalorização na Venezuela reduzirá a receita do grupo no país em 4%, e seu lucro líquido em 10%, avalia Ierodiaconou. A corretora BPI, de Lisboa, também acredita que a desvalorização seja desfavorável para a Telefónica e acrescentou que a companhia pode sofrer mais se tiver de implementar práticas de contabilidade para inflação na Venezuela que também penalizariam seu lucro líquido. A Telefónica tem negociado há anos com o governo venezuelano, sem sucesso, a repatriação de lucros à taxa de câmbio oficial, que é muito mais favorável do que a de 6,25 bolívares para cada dólar no paralelo.

As flutuações cambiais no mercado paralelo refletem melhor o valor real do bolívar e são mais usadas pelos venezuelanos quando querem trocar dólares ou quando precisam de grandes quantidades de dinheiro. A companhia, no entanto, tem resistido a trocar o dinheiro pela taxa do paralelo, o que a obrigaria a fazer uma baixa contábil e prejudicaria consideravelmente sua expansão na América Latina. Um porta-voz da Telefónica disse hoje que a companhia ainda espera trocar seus bolívares pela taxa oficial. As informações são da Dow Jones.

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