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Telefónica estuda fazer IPO de divisão argentina, dizem fontes

Uma venda de ações é uma das várias alternativas que estão sendo avaliadas e a Telefónica também poderia explorar acordos com outras operadoras

Telefónica: a 2ª maior operadora de telefonia da Europa tem 48,8 bilhões de euros em dívidas (Angel Navarrete/Bloomberg)

Telefónica: a 2ª maior operadora de telefonia da Europa tem 48,8 bilhões de euros em dívidas (Angel Navarrete/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2017 às 16h11.

Londres/Madrid - A Telefónica, a maior operadora de telefonia da Espanha, está considerando listar sua unidade argentina, medida que a ajudaria a levantar recursos aproveitando o apetite dos investidores pelo mercado emergente, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A empresa está estudando internamente uma abertura de capital para uma participação na unidade, segundo as pessoas, que solicitaram anonimato porque as discussões não são públicas.

Uma venda de ações é uma das várias alternativas que estão sendo avaliadas e a Telefónica também poderia explorar acordos de compartilhamento de rede com outras operadoras, disse uma das pessoas. Nenhuma decisão definitiva foi tomada, disseram elas.

Uma porta-voz da Telefónica não quis comentar.

Um IPO local minimizaria as exigências de caixa na Espanha enquanto a Telefónica investe na Argentina mirando a promulgação de novas normas que permitirão que a empresa possa vender pacotes de linhas fixas e móveis.

A Telefónica, a segunda maior operadora de telefonia da Europa, tem 48,8 bilhões de euros (US$ 54,6 bilhões) em dívidas e tem trabalhado para reduzir seus níveis de alavancagem.

Os investidores compraram em massa ativos na segunda maior economia da América do Sul desde que o presidente Mauricio Macri assumiu.

O índice acionário de referência Merval subiu cerca de 61 por cento desde 10 de dezembro de 2015, data da posse do governo. Macri levou o país de volta aos mercados de capitais e tem feito enormes esforços para atrair investimentos estrangeiros.

No entanto, a Argentina -- que é o segundo maior mercado da Telefónica na América Latina depois do Brasil e representou 5,9 por cento das vendas mundiais no ano passado -- sofreu anos de escassez de investimentos nos 12 anos anteriores a Macri.

Os governos consecutivos de Néstor Kirchner e sua esposa, Cristina Fernández de Kirchner, congelaram as tarifas dos serviços de telefonia fixa, limitaram a capacidade das empresas de transferir dividendos para o exterior e restringiram as importações.

A Telefónica visa reforçar sua posição na Argentina para se preparar para uma nova estrutura legal que a partir do ano que vem permitirá que as telefônicas ofereçam pacotes de linhas fixas e móveis, internet e televisão, algo que as operadoras de TV a cabo já podem fazer.

As normas para os pacotes de serviços têm sido um ponto de conflito com o governo e a empresa espanhola alegou que o governo a impediu de concorrer com a operadora local de TV a cabo Grupo Clarín.

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