Balcão de check-in da TAP (Hugo Correia/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2015 às 11h04.
Lisboa - O empresário português Humberto Pedrosa, que faz parte do consórcio que ganhou a licitação de privatização da companhia aérea TAP, acredita que serão necessários mais de 354 milhões de euros (R$ 1,240 bilhão) para recapitalizar a companhia.
Em entrevista publicada neste sábado pela revista "Expresso", Pedrosa reconheceu que "eventualmente" esse valor pode superar os 500 milhões de euros, mas garantiu que o consórcio tem meios para enfrentar essa necessidade de capital.
Gateway - o consórcio formado por Pedrosa e pelo proprietário da companhia aérea Azul, o brasileiro David Neeleman - apresentou uma oferta de 354 milhões de euros pela TAP, valor que pode chegar aos 488 milhões de euros em função da atividade da companhia em 2015.
Pedrosa confirmou que controla uma participação de 50,1% do consórcio através de seu grupo empresarial familiar.
"A TAP ficou em mãos portuguesas, o que para mim é uma honra", celebrou.
Pedrosa assinalou que pretendem modernizar a frota da companhia aérea para criar novas rotas, especialmente com o Brasil e os Estados Unidos.
"Imediatamente não há aviões para entrega, mas estamos trabalhando para que parte dos 53 aviões que queremos introduzir possa ser entregue o mais rapidamente possível", o que ele estimou para 2017.
O empresário destacou que não consideram fazer demissões e que, para crescer e ter mais rotas, é necessário contratar mais pessoal, por isso precisarão de "mais pilotos".
Ele confirmou a possibilidade de parte do capital da TAP ser aberto na bolsa, mas ponderou que é cedo para decidir qual porcentagem.
Confirmada a compra, que aguarda aprovação da Comissão Europeia, a Getaway adquirirá 66% do grupo TAP - 5% estão reservados aos trabalhadores, que além da companhia aérea inclui uma empresa de manutenção e engenharia no Brasil e uma de gestão de carga e bagagens, a Groundforce.
A TAP transportou ano passado 11,4 milhões de passageiros - recorde da companhia - para 88 destinos em África, Europa e América, continente onde é o líder de conexões entre Brasil e Europa. Apesar disso fechou o ano com prejuízo de 85 milhões de euros.