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Somma, da 99Taxis: regularizar o Uber é uma boa

A notícia gerou uma série de tumultos na maior cidade do país. Desde terça-feira 10, aplicativos de transporte estão regularizados em São Paulo, o que levou centenas de taxistas a bloquear algumas das principais vias da cidade. Para eles, a nova lei vai impulsionar ainda mais o Uber e dificultar ainda mais a vida deles. […]

SOMMA, DA 99TAXIS: “só ganhamos dinheiro se o taxista também ganhar”  /

SOMMA, DA 99TAXIS: “só ganhamos dinheiro se o taxista também ganhar” /

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 17h56.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h11.

A notícia gerou uma série de tumultos na maior cidade do país. Desde terça-feira 10, aplicativos de transporte estão regularizados em São Paulo, o que levou centenas de taxistas a bloquear algumas das principais vias da cidade. Para eles, a nova lei vai impulsionar ainda mais o Uber e dificultar ainda mais a vida deles. Mas, para Pedro Somma, diretor da 99Taxis, maior aplicativo de corridas de táxi do país, a medida é bem-vinda. Fundada em 2012, a 99Taxis está em mais de 350 cidades brasileiras, tem 150.000 taxistas cadastrados e faz 4 milhões de corridas por mês. Em entrevista a EXAME Hoje, Somma explica por que mais regulação deve ajudar os motoristas — e também os passageiros.

A aprovação dos aplicativos em São Paulo está sendo muito criticada pelos taxistas. Qual sua avaliação sobre a nova regra?
O decreto é um marco numa discussão bastante longa. Para nós, é muito positivo que agora as regras estejam claras e evidentes. Ainda é um teste, por isso é importante discutir como as coisas vão funcionar. Como empresa de tecnologia, nosso objetivo é fazer que as pessoas se locomovam melhor.

Por que o Uber é mais barato do que os táxis tradicionais? A concorrência é desleal?
Na 99, o passageiro paga o preço do taxímetro e, assim, conseguimos gerar uma boa renda para o motorista. Costumamos falar que nossa meta é gerar receita para o taxista, só ganhamos dinheiro se o taxista ganhar dinheiro. Em qualquer situação de concorrência, quem decide é o cliente. No nosso caso, os clientes são tanto os passageiros quanto os motoristas.

A expansão de serviços como o Uber é uma tendência sem volta?
A discussão de mobilidade é uma discussão global. Muitas cidades enfrentam problemas de trânsito, então, quanto mais gente trabalhar nisso, mais chance de que tudo funcione bem. E a solução passa, sem dúvida nenhuma, por integrar as opções de transporte. Há espaço para os táxis, para o Uber e para o transporte público.

Sindicatos e cooperativas têm criticado o poder público. Como é a relação de vocês com as prefeituras?
Antes do decreto de regulamentação ser assinado, a população, as empresas, os taxistas e os motoristas foram consultados. E todos os dados que nosso aplicativo gera são úteis para o poder público. Conseguimos mostrar onde falta táxi, qual o tempo de espera e a qualidade do serviço oferecido na cidade. Estamos construindo parcerias muito interessantes com as prefeituras.

Quais os planos para a expansão da 99?
Lançamos recentemente o 99Top [serviço de carros de luxo] e queremos fazer esse serviço crescer, principalmente agora com a possibilidade de trafegar por corredores e faixas de ônibus em cidades como São Paulo. Também passamos a aceitar vouchers de empresas, e as parcerias corporativas têm crescido bastante. A estimativa é que apenas 15% das corridas sejam feitas com a intermediação de um aplicativo. Ainda há, portanto, um mercado gigantesco. Queremos fazer com que esses 15% virem 50%, 70%.

O Uber surgiu nos Estados Unidos e já está em mais de 60 países. Para vocês, também há espaço para crescer em outros mercados?
Temos uma operação pequena em Lisboa, que é um mercado interessante, mas a expansão para outros países não é o nosso foco. Aqui no Brasil ainda há um mercado imenso para conquistar.

(Carol Oliveira)

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