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Siderurgia chinesa quer boicotar Vale

Pequim - A Associação de Ferro e Aço da China (CISA) defendeu nesta segunda-feira um boicote de dois meses de seus membros aos três grandes produtores mundiais de ferro, entre eles a brasileira Vale, acusados de se aproveitar de uma situação de monopólio. Durante uma reunião a portas fechadas na sexta-feira, a CISA calculou que […]

Operário trabalha em siderúrgica na província de Anhul, na China: boicote às mineradoras atingiria a Vale (.)

Operário trabalha em siderúrgica na província de Anhul, na China: boicote às mineradoras atingiria a Vale (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Pequim - A Associação de Ferro e Aço da China (CISA) defendeu nesta segunda-feira um boicote de dois meses de seus membros aos três grandes produtores mundiais de ferro, entre eles a brasileira Vale, acusados de se aproveitar de uma situação de monopólio.

Durante uma reunião a portas fechadas na sexta-feira, a CISA calculou que as atuais reservas de minério de ferro são suficientes para dois meses e estimulou as siderúrgicas a "não comprar das três grandes mineradoras durante dois meses, para boicotar a atitude de monopólio", informa o portal oficial China.net.

A "três grandes" são a brasileira Vale e as anglo-australianas Rio Tinto e BHP Billiton, com as quais as siderúrgicas de todo o mundo negociam a cada ano os preços da matéria-prima (vigentes até 31 de março do ano seguinte).

A Vale do Rio Doce (CVRD) tem 32,8% do mercado, a BHP Billiton 15,1% e a Rio Tinto 18,6%.

O minério de ferro é um dos principais componentes do aço, um material-chave para o setor do automóvel, da construção ou da fabricação de inúmeros bens de consumo.

Na Ásia e na Europa, as siderúrgicas criticam cada vez mais as exigências das três gigantes, que tentaram impor fortes altas nos preços este ano, o que os compradores consideram abuso de posição dominante.

   <hr>  <p class="pagina">Os preços acordados com as siderúrgicas japonesas e sul-coreanas geralmente servem de referência, e algumas delas aceitaram em 2010 aumentos de 80 a 90% nos preços.

A BHP Billiton anunciou recentemente que não pretende fixar mais os preços para um período anual para vários clientes asiáticos, e sim para prazos mais curtos.

O acordo acabaria com o antigo sistema de negociação em que o preço do minério de ferro era acertado apenas uma vez por ano, passando a reajustes trimestrais. O atual contrato sobre os preços venceu em 1º de abril.

Mas os clientes chineses preferem contratos a longo prazo, que limitem as flutuações de preço.

Segundo a China.net, a CISA estima que há 75 milhões de toneladas de minério de ferro armazenados nos portos chineses.

Em 2009, as negociações entre os gigantes da mineração e as siderúrgicas chinesas fracassaram pela primeira vez em décadas.

Na Europa, a associação Eurofer denunciou na semana passada à Comissão Europeia, que fiscaliza a concorrência na União Europeia (UE), "fortes indícios de coordenação ilícita" entre as três gigantes da mineração para impor aumentos de preço "injustificáveis".

Por seu lado, o diretor-geral da Associação Mundial de Produtores de Aço, Ian Christmas, indicou que na quinta-feira passada que havia "uma necessidade urgente de que as autoridades da concorrência o mundo examinem o mercado do minério de ferro e o comportamento das três companhias que o dominam".

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