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Setor automotivo vê "correção" de ritmo em janeiro

Todos os indicadores divulgados pela Anfavea apresentam recuo em relação a dezembro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Todos os indicadores da indústria automobilística apresentaram queda em janeiro na comparação com o mês anterior, um prenúncio do que uma base de comparação mais consistente pode fazer com as estatísticas em 2005. A produção de veículos recuou 14,9% em janeiro em relação a dezembro. Saíram das linhas de produção das montadoras, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 161 mil carros, ante 189 mil em dezembro.

No caso das vendas internas, apuradas pelo critério de licenciamentos de veículos no mês, o tombo foi ainda maior, de 40,1%. Foram emplacados 106,6 mil veículos nacionais e importados no primeiro mês do ano, ante 178 mil no último mês de 2004. Mas Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea, não vê nestes resultados um sinal de alerta para o setor. Ele diz que a explicação para esse comportamento não está nos dados divulgados nesta sexta-feira (4/2), mas no passado recente. "Dezembro de 2004 foi um mês totalmente fora do padrão, em que a briga de final de ano entre as fabricantes para conquistar market share acabou antecipando negócios de janeiro", diz.

No campo das exportações, embora o indicador mensal também tenha detectado queda de 26% em volume e 18,8% em valor, quando o horizonte de comparação é janeiro de 2004, o avanço é nítido. Foram vendidos para o exterior 43,7 mil carros, caminhões e ônibus, 14,7% mais do que há um ano. Já a receita com os embarques cresceu 34,4%, para 503 milhões de dólares. "Esse aumento ante janeiro do ano passado reflete um novo patamar das exportações", diz Golfarb. A Anfavea estima que os negócios com o exterior neste ano deverão render 8,9 bilhões de dólares, 7% mais do que ano passado.

Para justificar o ritmo mais moderado de crescimento, Golfarb menciona o enfraquecimento do dólar e a alta carga tributária, que dificultam a atração de investimentos para modernizar as plantas e tornar os modelos fabricados no Brasil competitivos no mercado internacional. "Se perdermos força exportadora, perderemos também resistência à entrada dos automóveis importados", afirma Golfarb.

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