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Sete Brasil, parceira da Petrobras, luta para não afundar

Com a Operação Lava Jato e a consequente crise na Petrobras, a Sete Brasil passou a ter dificuldade em obter financiamento de longo prazo

Estaleiro Atlântico Sul (AES): um dos projetos da Sete Brasil (C.A.Müller/ Wikimedia Commons)

Karin Salomão

Publicado em 24 de março de 2015 às 18h09.

São Paulo - A Sete Brasil , empresa de sondas de águas ultraprofundas e parceira da Petrobras, luta para não afundar.

Com a Operação Lava Jato e a consequente crise na estatal , a Sete Brasil passou a ter dificuldade em obter financiamento de longo prazo.

Também não consegue pagar seus credores, tem atrasado pagamentos e enfrenta rebaixamento de rating.

Sem dinheiro para pagar os estaleiros contratados,  a quem devia US$ 800 milhões até fevereiro, a companhia corre para atender as exigências dos bancos credores .

A empresa é uma das que vem sendo prejudicada pela crise que acontece hoje na Petrobras.

Criada em 2010 para produzir sondas para a estatal posteriormente explorar pré-sal , a Sete Brasil havia feito um pedido de 28 sondas de perfuração ultraprofunda.

Agora, com o pedido e plano de investimento revisto, em decorrência da citação da empresa em um suposto esquema de lavagem de dinheiro dentro da Petrobras, o número de sondas pode cair para 15 unidades.

Mal na praça

Por conta dos atrasos nos pagamentos, em menos de um mês a nota da empresa foi rebaixada três vezes pelo Standards and Poors, de BR A – para “calote seletivo”, ou “SD”.

Para salvar a empresa, os sócios da Sete Brasil precisarão fazer um aporte de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão.

Também está sendo negociada uma prorrogação de 90 dias dos empréstimos-ponte de US$ 3,8 bilhões feito por seis bancos.

Em setembro de 2014, o blog Primeiro Lugar, de EXAME, havia divulgado que os bancos Bradesco, BTG Pactual, Santander — acionistas da companhia — e Goldman Sachs se preparavam para captar 1 bilhão de reais com grandes investidores.

O Fundo de Investimentos em Participações Sondas (FIP- Sondas), controlado pela Petrobras, Petros, Funcef, Valia, Santander, Fundo Strong, BTG Pactual, entre outros, detém 95% da empresa. Os outros 5% são detidos pela Petrobras.

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Financiamento bloqueado

O cenário atual é bem distante do traçado quando a empresa foi criada. Há cinco anos, a empresa parecia livre de riscos.

Na época, a companhia previa investir mais de US$ 25 bilhões para construir 28 plataformas de perfuração ultraprofunda que seriam alugadas à Petrobras.

Nove sondas, do pedido total de 28, seriam entregues entre 2015 e 2016. Elas estão sendo construídas em cinco estaleiros brasileiros.

Em 2010, ela conseguiu um financiamento de R$ 10 bilhões do BNDES. O primeiro repasse de verba deveria ter saído em agosto de 2013, o que não ocorreu. Inicialmente, o obstáculo era a burocracia do banco.

Para contornar o atraso, em setembro daquele ano, um grupo de bancos emprestou US$ 3,6 bilhões (R$ 12 bilhões) à companhia. Entre eles, estão o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Santander, Bradesco, Itaú e Standard Chatered.

Mencionada na Operação Lava Jato, no ano passado, outro entrave bloqueou o financiamento do BNDES, que decidiu não assumir mais os riscos dos empréstimos.

Pagamento adiantado

Os empréstimos dos bancos já venceram, mas a Sete Brasil segue sem condições de pagá-los.

Na semana passada, um dos seus credores internacionais entrou com pedido de resgate de garantias de um empréstimo. O Standard Chatered Bank, que faz parte de um grupo de bancos que concederam R$ 2,6 bilhões à Sete, pediu a execução de garantias do empréstimo, ou seja, pagamento antecipado.

O banco encaminhou solicitação de pagamento dos seus empréstimos ao Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN),gerido pela Caixa, que tem 30 dias para analisar a questão.

Em comunicado, a empresa destacou que "acredita que encontrará solução para o recebimento de financiamento de longo prazo – etapa prevista desde a concepção do projeto – atendendo a todas partes e, assim, revertendo a decisão do banco".

São Paulo – Em depoimento para os deputados da CPI da Petrobras nesta terça-feira, o ex-gerente de engenharia da estatal Pedro Barusco reafirmou que recebeu propina em 1997. No entanto, segundo ele, a experiência foi isolada.  Barusco afirmou que começou a vivenciar o esquema de propina de maneira institucionalizada a partir de 2004, quando já trabalhava na diretoria de Serviços da estatal.  Considerado um dos principais operadores do esquema, Barusco era o braço direito de Renato Duque na diretoria de Serviços.No final do ano passado, ele concordou em devolver cerca de 97 milhões de dólares em troca de um acordo de delação premiada.  Segundo cálculos do ex-gerente, o PT pode ter recebido até 200 milhões de dólares com o esquema durante dez anos - o que seria equivalente hoje a mais de meio bilhão de reais. “Por eu ter recebido a quantia que está divulgada, como cabia ao PT na divisão da propina receber o dobro, eu estimo que ele recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões”, afirmou. Engenheiro naval de formação e com mestrado em engenharia oceânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Barusco ingressou na estatal em 1979 no Cenpes. Em 2003, assumiu o posto de gerente executivo de engenharia da diretoria de Serviços, onde se tornou braço direito de Renato Duque, que comandava a área na estatal. Barusco afirmou que, ao se aposentar da Petrobras em 2011, recebia um salário de 1,2 milhão de reais por ano.  O depoimento, que começou no final da manhã, teve seis horas de duração. Veja o que Barusco já revelou até agora nas próximas fotos. * Atualizado às 16h44
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  • 20. Veja como foi o depoimento de Pedro Barusoc

    20 /20(Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)

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