Sete Brasil apresenta plano de reestruturação na 6ª
A Sete Brasil apresentará a credores o plano que prevê a redução das encomendas de sondas e ajustes na composição acionária e na estrutura de capital
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2015 às 22h18.
Rio - A Sete Brasil apresentará na sexta-feira, 15, a seus credores o controverso plano de reestruturação que prevê a redução das encomendas de sondas, ajustes na composição acionária e na estrutura de capital.
As medidas foram aprovadas nesta quinta-feira, 14, em assembleia de acionistas, no Rio, como alternativa para salvar a empresa responsável por construir unidades de perfuração que serão utilizadas pela Petrobras nas áreas do pré-sal.
A previsão é de que das 29 sondas contratadas inicialmente, apenas 15 sejam efetivamente concluídas.
O plano aprovado pelos acionistas é uma versão preliminar que, a partir de agora, terá os termos detalhados com credores, investidores, clientes e estaleiros - que poderão ter seus contratos revistos.
A reestruturação prevê que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal assumam as linhas de financiamento da empresa, até então sob tutela do BNDES.
As mudanças estavam sendo desenhadas há quase três meses. A crise na empresa, entretanto, começou em novembro, na esteira das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Ex-gestores da Sete Brasil também foram indiciados pela Polícia Federal, como Pedro Barusco e João Carlos Ferraz. Barusco confirmou em depoimento que os contratos foram alvo de desvios, mas a empresa alega que auditorias não encontraram irregularidades.
Desde então, entretanto, repasses para estaleiros responsáveis pela construção das sondas foram suspensos. A dívida com os estaleiros já chega a R$ 2 bilhões, mas a dívida total da Sete Brasil é estimada em US$ 4 bilhões.
Diversas estratégias foram ensaiadas pela empresa, que cogitou até recorrer a novos financiamentos pelos sócios Bradesco e BTG - que rejeitaram a proposta. A proposta atual da Sete Brasil limitará a até três estaleiros as contratações das sondas que permanecem no plano de negócios. Entre eles, estão o Jurong Aaracruz e o Brasfeels, que já respondem por 13 sondas, das quais duas já têm com mais de 80% de obras concluídas.
Outro estaleiro, o Rio Grande, também poderá ser mantido, a depender da resolução de pendências financeiras com Banco do Brasil e Caixa. Outros dois estaleiros - EAS e Enseada, com sete e seis sondas contratadas - teriam os contratos suspensos.
Com empreiteiras investigadas e com dificuldades de caixa, os estaleiros já demitiram funcionários e paralisaram obras após o corte nos repasses.
A reestruturação também prevê que seja extinta da modelagem do negócio o operador das sondas. Pelos contratos originais, a Sete Brasil apenas administraria a construção, locação e operação das sondas, repassadas a diferentes atores da indústria. Com a saída dos operadores, a própria empresa faria a operação das sondas para a Petrobras.
A decisão aprovada hoje divide o mercado, e a Sete Brasil terá dificuldades para convencer credores e clientes das novas premissas do negócio.
Investidores chineses que apostaram na retomada da indústria naval com o pré-sal estariam descontentes com a reestruturação e o corte de encomendas. Hoje, eles se reuniram com a presidente Dilma Rousseff.
Além deles, a empresa também terá de negociar com a Petrobras novos prazos para a entrega das sondas e soluções para as encomendas descontinuadas. A estatal contava com as 28 sondas contratadas para avançar no projeto de exploração e produção no pré-sal, prioridade da empresa para gerar caixa e aliviar sua situação financeira.
Com as obras atrasadas e sem encomendas, a estatal precisaria afretar unidades no mercado, apesar dos investimentos já realizados na própria Sete Brasil. A Petrobras é uma das sócias da empresa, criada em 2010.
Além dela, também são acionistas os fundos de previdência Petros, da petroleira, e Previ, do Banco do Brasil, além da Caixa Econômica Federal, do BTG e do Bradesco.
Rio - A Sete Brasil apresentará na sexta-feira, 15, a seus credores o controverso plano de reestruturação que prevê a redução das encomendas de sondas, ajustes na composição acionária e na estrutura de capital.
As medidas foram aprovadas nesta quinta-feira, 14, em assembleia de acionistas, no Rio, como alternativa para salvar a empresa responsável por construir unidades de perfuração que serão utilizadas pela Petrobras nas áreas do pré-sal.
A previsão é de que das 29 sondas contratadas inicialmente, apenas 15 sejam efetivamente concluídas.
O plano aprovado pelos acionistas é uma versão preliminar que, a partir de agora, terá os termos detalhados com credores, investidores, clientes e estaleiros - que poderão ter seus contratos revistos.
A reestruturação prevê que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal assumam as linhas de financiamento da empresa, até então sob tutela do BNDES.
As mudanças estavam sendo desenhadas há quase três meses. A crise na empresa, entretanto, começou em novembro, na esteira das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Ex-gestores da Sete Brasil também foram indiciados pela Polícia Federal, como Pedro Barusco e João Carlos Ferraz. Barusco confirmou em depoimento que os contratos foram alvo de desvios, mas a empresa alega que auditorias não encontraram irregularidades.
Desde então, entretanto, repasses para estaleiros responsáveis pela construção das sondas foram suspensos. A dívida com os estaleiros já chega a R$ 2 bilhões, mas a dívida total da Sete Brasil é estimada em US$ 4 bilhões.
Diversas estratégias foram ensaiadas pela empresa, que cogitou até recorrer a novos financiamentos pelos sócios Bradesco e BTG - que rejeitaram a proposta. A proposta atual da Sete Brasil limitará a até três estaleiros as contratações das sondas que permanecem no plano de negócios. Entre eles, estão o Jurong Aaracruz e o Brasfeels, que já respondem por 13 sondas, das quais duas já têm com mais de 80% de obras concluídas.
Outro estaleiro, o Rio Grande, também poderá ser mantido, a depender da resolução de pendências financeiras com Banco do Brasil e Caixa. Outros dois estaleiros - EAS e Enseada, com sete e seis sondas contratadas - teriam os contratos suspensos.
Com empreiteiras investigadas e com dificuldades de caixa, os estaleiros já demitiram funcionários e paralisaram obras após o corte nos repasses.
A reestruturação também prevê que seja extinta da modelagem do negócio o operador das sondas. Pelos contratos originais, a Sete Brasil apenas administraria a construção, locação e operação das sondas, repassadas a diferentes atores da indústria. Com a saída dos operadores, a própria empresa faria a operação das sondas para a Petrobras.
A decisão aprovada hoje divide o mercado, e a Sete Brasil terá dificuldades para convencer credores e clientes das novas premissas do negócio.
Investidores chineses que apostaram na retomada da indústria naval com o pré-sal estariam descontentes com a reestruturação e o corte de encomendas. Hoje, eles se reuniram com a presidente Dilma Rousseff.
Além deles, a empresa também terá de negociar com a Petrobras novos prazos para a entrega das sondas e soluções para as encomendas descontinuadas. A estatal contava com as 28 sondas contratadas para avançar no projeto de exploração e produção no pré-sal, prioridade da empresa para gerar caixa e aliviar sua situação financeira.
Com as obras atrasadas e sem encomendas, a estatal precisaria afretar unidades no mercado, apesar dos investimentos já realizados na própria Sete Brasil. A Petrobras é uma das sócias da empresa, criada em 2010.
Além dela, também são acionistas os fundos de previdência Petros, da petroleira, e Previ, do Banco do Brasil, além da Caixa Econômica Federal, do BTG e do Bradesco.