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Sem inovação, empresas não aproveitam ciclo da economia, diz Pedro Passos

Para o presidente do conselho de administração da Natura, as empresas que não se reinventarem vão morrer, mesmo em meio à boa fase econômica

Unidade da Natura em Cajamar: Para Passos, falta uma visão estratégica para transformar a biodiversidade em negócios e oportunidades (DIVULGAÇÃO)

Unidade da Natura em Cajamar: Para Passos, falta uma visão estratégica para transformar a biodiversidade em negócios e oportunidades (DIVULGAÇÃO)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 19h26.

São Paulo - Para o presidente do conselho de administração da Natura, Pedro Passos, há um novo ciclo de desenvolvimento, e as empresas deverão entender esse fenômeno e investir em inovação. O presidente participou hoje (10/11) do Fórum EXAME de Sustentabilidade, realizado em São Paulo.

O fato de, hoje, a biodiversidade não ter o pleno reconhecimento de seu valor financeiro é um obstáculo para que o tema avance, segundo Passos. "O tema ainda é encarado pelo lado do custo e não pelo lado da oportunidade", disse Passos. "Eu lastimo que o Brasil esteja nesse aspecto sem uma visão estratégica", disse.

Para o empresário, falta uma visão estratégica para transformar a biodiversidade em negócios e oportunidades. "Falam que a energia alternativa é cara; caro foi muita coisa no Brasil. Desenvolver a Petrobras foi caríssimo; o pró-alcool também", disse.

Entre as maiores dificuldades da Natura quanto à sustentabilidade, Passos elencou a integração dos elos da cadeia produtiva e a complexidade do marco regulatório brasileiro. A Natura começou a integrar a sustentabilidade e a exploração da biodiversidade ao seu negócio, como estratégia definitiva, há 12 anos. "Até hoje nós não temos um marco regulatório para fazer uma pesquisa de ingredientes da biodiversidade brasileira", disse Passos.

O empresário explicou que, atualmente, para acessar uma floresta e pesquisar uma planta, teoricamente deveria ser feito um acordo de repartição de benefícios com a comunidade local, e isso precisa ser aprovado pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético. "Nenhuma multinacional de farmácia desenvolve pesquisa de medicamento no Brasil, porque é enrolado", disse Passos. Para o presidente, o Brasil não atentou para essa oportunidade de negócio e ainda precisa de políticas públicas nesse sentido e de inovação.

"Há empresas que vão morrer e outras que vão nascer dessa necessidade de sustentabilidade e inovação", disse Passos. Para o presidente do conselho da Natura, é preciso entender esse fenômeno e investir em inovação, novos produtos, pesquisa e desenvolvimento. "Temos que fazer um investimento relevante, isso tem que deixar de ser coisa de bom-mocismo para virar coisa de negócio", disse.

"Cabe ao setor privado pegar essa bandeira e criar produtos e essa nova economia", disse Passos. Para o presidente, o Estado também tem seu papel nessa mudanças, mas através de políticas públicas e de regulação. O consumidor, por sua vez, está atento para essas questões, mas ainda não é o fator determinante de compra, segundo o presidente do conselho. "Temos uma excelente oportunidade espero que a gente não deixe passar", disse.

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