Negócios

N.Ovo, do Grupo Mantiqueira, amplia linha de produtos veganos de olho nos flexitarianos

Conhecida por desenvolver um pó vegano que permite criar imitações de omeletes, foodtech lança, entre outros itens, bife empanado sem nada de origem animal

 (Divulgação)

(Divulgação)

EXAME Solutions
EXAME Solutions

EXAME Solutions

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 11h00.

Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 13h05.

Os ovos sempre estiveram em alta no Brasil. Trata-se de um ingrediente tido como indispensável, afinal, tanto por quem adora cozinhar quanto pela turma que bate cartão na academia. Muita gente, porém, torce o nariz para eles e pelos mais variados motivos — em razão da preocupação com o bem-estar das galinhas, por exemplo, e os impactos no meio ambiente. É o que explica, em boa medida, o sucesso dos ovos veganos. De acordo com a Data Bridge Market Research, o mercado global de ovos do tipo deverá movimentar US$ 9 bilhões por ano até 2030 — no ano passado foram quase US$ 2 bilhões.

Um estudo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), realizado em fevereiro de 2021, constatou que 46% dos brasileiros com mais de 35 anos decidiram, por vontade própria, parar de consumir carne ao menos uma vez por semana. É um percentual que dá ânimo a companhias como a N.Ovo, cujo carro-chefe é o chamado ovo vegano.

Explica-se: trata-se de um pó à base de ervilha e linhaça que deve ser misturado com água a uma proporção de 11 gramas para cada 39 mililitros. Cada unidade do produto contém o suficiente para “preparar” doze ovos. Por fora, a embalagem é igualzinha à dos ovos tradicionais. Ao abrir a da N.Ovo você vai encontrar, além do pó substituto, uma colher medidora.

O produto é indicado para o preparo de bolos, pães, massas e panquecas, mas também há uma versão à base de ervilha, soja e cúrcuma — permite fazer imitações respeitáveis de ovos mexidos e omeletes. Basta acrescentar água à mistura em uma frigideira e manusear a espátula como todo mundo sabe.

“O mundo está em constante mudança: mudamos nossa forma de se comunicar, de trabalhar, de nos transportar, mas nossa alimentação continuou a mesma por muito tempo”, diz Amanda Pinto, fundadora da foodtech. “A N.OVO faz parte de um movimento importante que traz a evolução dos alimentos. Por isso nos dedicamos a criar as melhores soluções para as pessoas, o mundo e os animais”.

Ela é a filha mais velha do mineiro Leandro Pinto, que fundou, em 1987, o Grupo Mantiqueira. Trata-se da companhia que mais produz ovos, os de galinha mesmo, na América do Sul. Hoje também atuante em outros setores, como agricultura e pecuária, a empresa tem mais de 11,5 milhões de galinhas.

A N.Ovo nasceu, em 2019, como um spin-off do Grupo Mantiqueira. Saiu do papel graças ao empenho de Amanda, que trabalhou ao lado do pai por seis anos, como gerente de inovação e marketing. Ela abandonou o cargo para virar CEO de foodtech, que, convenhamos, se opõe à gigante dos ovos propriamente ditos.

Em 2022, a N.Ovo declarou independência do Grupo Mantiqueira e passou a atuar de maneira autônoma, dando fim a eventuais conflitos de interesses, mas retomou as operações intergradas à granja-mãe no ano seguinte.

Amanda teve a ideia da startup ao se dar conta de que boa parte do sucesso do ovo tradicional tem a ver com as funcionalidades dele. É um ingrediente essencial para deixar os bolos fofinhos, por exemplo. Só que um ovo vegano pode garantir a mesma coisa.

Em 2021, a foodtech cresceu 60% e para o ano passado estava previsto um salto ainda maior — a projeção para 2023 não é divulgada. Até 2025, no entanto, ela pretende atingir 5% de market share do segmento no Brasil. Hoje os produtos da N.OVO estão em aproximadamente 600 pontos de venda espalhados por 12 estados.

O público-alvo, diferentemente do que muita gente pensa, não é a turma vegana, mas os flexitarianos. São aqueles que não abandonaram as proteínas de origem animal, mas que optam por comer carne cada vez menos — não raro só uma vez por semana.

De acordo com a campanha Segunda Sem Carne, o impacto de um único dia sem consumo de proteínas de origem animal é enorme. Representa uma redução de emissão de CO2 de 14 quilos — que equivalem a 100 quilômetros rodados em um carro — e uma economia de 3.400 litros de água. Com esse volume, dá para tomar 26 banhos de 15 minutos.

De olho nos flexitarianos, a N.Ovo não para de lançar novos produtos, todos veganos. O bife empanado e os cubinhos — ideais para um picadinho, por exemplo — acabam de ser lançados. Do portfólio ainda constam variedades de maionese, elaboradas a partir da mistura de amido de batata, milho e óleo de girassol; coxinhas que imitam as de frangos; e croquetes com sabor de carne de porco, entre outros produtos. E é só o começo, promete a fundadora.

*Uma versão anterior desta matéria trazia a informação de que a N.Ovo continuava separada do Grupo Mantiqueira. A informação foi corrigida em 17/11/2023, às 11:27

Acompanhe tudo sobre:Alimentando o Planeta

Mais de Negócios

Em busca de IA e receita diversificada, Eclipseworks adquire nScreen e projeta R$ 30 mi em 2024

Maior empresa de mídia do RS, Grupo RBS conclui reorganização societária

Parcerias e tecnologia de ponta fortalecem a segurança no mercado de criptomoedas

Como é a evolução da responsabilidade corporativa no Grupo Prosegur

Mais na Exame