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Sebrae e EXAME se unem para fomentar o empreendedorismo feminino no Brasil

Encontro reuniu lideranças do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas para discutir desafios e estratégias para fortalecer os negócios comandados por mulheres

Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black, ao lado de Cris Vieira, do Sebrae Nacional, e Karla Mamona, da EXAME: acesso ao crédito em pauta. (Frazão)
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Publicado em 3 de outubro de 2024 às 14h00.

Última atualização em 3 de outubro de 2024 às 14h48.

Os diversos sotaques do Brasil marcaram presença no workshop EXAME Delas, promovido nesta terça, dia 1, pela EXAME. O encontro contou com representantes doServiço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)de vários estados, como São Paulo, Alagoas e Roraima, reunidas com o propósito de trocar experiências e debater necessidades e ações para impulsionar o empreendedorismo feminino.

“Não podemos nos esquecer que, somente após a criação do Estatuto da Mulher Casada, em 1962, nós mulheres passamos a ter o direito de trabalhar sem precisar da autorização prévia do marido”, destaca Margarete Coelho, diretora de administração e finanças do Sebrae Nacional. “Por isso, é nosso dever criar estratégias e ferramentas para que essas mulheres prosperem e conquistem sua independência financeira prejudicada por esses anos de obstáculos decorrentes do gênero.”

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Projeto Construindo Futuros

Durante o evento, as participantes compartilharam experiências, assistiram bate-papos e ajudaram a complementar a estratégia que norteará e entregará os compromissos esperados com o Construindo Futuros –  projeto inédito da EXAME em parceria com o Sebrae.

Ao longo de um ano, um hub em EXAME trará conteúdos e um mapa de negócios comandados por mulheres em todo o território nacional. O projeto ainda contempla encontros, workshops, caravanas regionais e ações focadas em apoiar os negócios liderados por mulheres, bem como educação financeira e acesso a linhas de crédito.

“A principal missão da EXAME é contar histórias inspiradoras, que encorajem outras mulheres em suas jornadas empreendedoras. Com esse projeto queremos mostrar que todos os estados já têm suas boas histórias e há potencial de muito mais. ”, explica Renata Faber, diretora de ESG na EXAME.

Acesso ao crédito

Um dos temas abordados constantemente ao longo da programação foi a dificuldade de acesso a crédito. Conforme pesquisa do Sebrae, apesar de terem uma taxa de inadimplência muito similar à registrada no caso dos homens, as mulheres recebem empréstimos menores e taxas de juros mais altas.

“A taxa média de juros das operações de crédito para empresas geridas por elas é de cerca de 29,3% ao ano, enquanto a taxa média para as comandadas por homens é de aproximadamente 20,3% ao ano. Isso representa um obstáculo na hora de buscar crédito para seus empreendimentos, dificultando o acesso a recursos financeiros”, destacou Cris Vieira, analista da unidade de capitalização e serviços financeiros do Sebrae Nacional.

Uma das convidadas especiais do encontro, Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black, trouxe mais um dado preocupante, ao abordar questões raciais. “O crédito para negros é negado quatro vezes mais quando comparado a uma pessoa branca”, disse a executiva, que criou ao lado do sócio Sérgio All, uma comunidade financeira que se propõe a resolver os desafios da desbancarização e da exclusão financeira entre a população preta.

“Pedir empréstimo nada mais é que uma questão de negociação e autoimagem”, acrescentouRenata Malheiros,coordenadora nacional do Sebrae Delas, ao mencionaro “ Mulheres em Foco ”, um curso gratuito da instituição, que busca incentivar o desenvolvimento da autoestima e autoconfiança (inclusive na hora da tomada de crédito).

Redes de apoio

Outro entrave na vida da empreendedora é o fato de a maioria das mulheres não conseguir se dedicar ao negócio na mesma medida do que os homens.

De acordo com uma pesquisa do Sebrae, elas investem 17% menos tempo na empresa porque gastam 10,5 horas por semana a mais do que eles na chamada economia doméstica. São, em média, 3,1 horas por dia cuidando de familiares, contra 1,6 hora dos homens, por exemplo; e 2,9 horas diárias gastas em afazeres domésticos, enquanto os homens usam 1,5 hora.

O acúmulo de responsabilidades claramente pesa no emocional: 76% das mulheres se sentem sobrecarregadas ao tentar equilibrar os cuidados com a família e a empresa, questão citada por 55% dos homens.


Outro fator-chave é a maternidade, que para sete em cada dez mulheres, influencia fortemente na decisão de empreender. Entre os homens, somente 56% acreditam que a paternidade interfere em seus rumos profissionais.

“É importante destacarmos que, no caso das mulheres, filho não é um fator limitante, mas sim uma condição de oportunidade. Muitas criam um negócio próprio depois que se tornam mães”, disse Geórgia Nunes, gerente de Empreendedorismo Feminino, Diversidade e Inclusão do Sebrae Nacional.

O encontro contou ainda com a presença da advogada  Ana Caroline Aciole Brito, assessora na Diretoria de Administração e Finanças do Sebrae; e Dilma Campos, que falou sobre sua caminhada desde a época em que atuou como “passarinha” do Castelo Rá-Tim-Bum até se tornar uma empreendedora de sucesso à frente da agência Nossa Praia, uma consultoria especializada em ESG.

O workshop realizado por EXAME marca o ponto de partida de um projeto que será desenvolvido ao longo de doze meses e poderá ser acompanhado pela plataforma “ Construindo Futuros ”.

Acompanhe tudo sobre:Construindo futurosbranded-content

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