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Se as empresas falassem, o que elas diriam do 1º trimestre?

Depois da apresentação de resultados, Empiricus Research imagina como seriam as respostas

Em vez de Herbie, Empiricus imaginou o que as empresas falariam sobre 1º trimestre (GettyImages)

Tatiana Vaz

Publicado em 18 de maio de 2012 às 12h35.

São Paulo – Lucros despencaram, valor de mercado decolou, cortes para sanar caixas que não saem do vermelho. Os resultados apresentados pelas principais companhias brasileiras no primeiro trimestre fizeram com a casa de análises Empiricus Research imaginasse e publicasse em seu blog como cada empresa explicaria seus resultados com toda sinceridade possível. A seguir, a resposta de cada uma delas:

Banco do Brasil: Falei pra todo mundo que esse “Bom Pra Todos” vai bombar meus resultados, mas a verdade é que não tenho ideia se será bom pra todos mesmo. Foi bom pra você?

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BR Properties: Guardei a surpresa para o último dia e acabei me dando mal. Meu papel caiu no sistêmico e ignorou o resultado. Deu a falsa impressão que meu trimestre foi ruim.

Cetip: O mercado de financiamento de autos não está nos melhores dias, mas minha unidade de TVM compensa numa boa! Sou cara sim, mas da melhor qualidade.

Cielo: Enquanto a Redecard está focada em fechar o capital, eu estou focado em ganhar mercado e melhorar minhas margens. Meu sonho é ser uma AmBev dentro do setor de adquirentes. E que venha a concorrência!

Cyrela: Todo mundo se afundando no cash burn e eu cresço 20% meu top line e 2,1 pontos na margem bruta. Toma!

CSU Cardsystem: Para quem soube esperar, provei que posso gerar caixa no call center. Demorou? Ah, dez trimestres não é tanto tempo assim, vai...

Eletropaulo: Não entendo porque todos me ignoram agora que o dividend yield caiu de 20% para 5%. Estou pasma!

GOL: Não importa o que aconteça, vão dizer que o operacional está lamentável. Olha, estou fazendo o que posso. Mandei embora metade do time e vou reduzir até o peso do gelo a bordo para cortar custo de combustível... Me aguarde! Você ainda vai viajar em pé.

HRT: Dá para ter lucro sendo pré-operacional. Valeu Petra! Um abraço, TNK!

Ideiasnet: Officer veio bem mais uma vez, mas a Padtec me deixou na mão. Foi só nesse trimestre, ok? Em compensação, estou finalmente colocando a Automatos nos eixos. E em Bolsa de Mulher cabe tudo, inclusive porcarias.

Inepar: Fui bem operacionalmente, mas não consigo levar isso até a última linha, pelo peso da alavancagem - que, cá entre nós, já poderia ter sido resolvida... Quem fala aqui é a empresa, não o controlador.

Itaú: O governo veio com essa de reduzir os spreads e eu retruquei na mesma moeda, esperando o máximo de PDD. Minhas ações caíram muito, mas as ações do governo continuam intactas.


JSL: Cresci 40% a receita e ganhei 470 bps de margem operacional em trimestre sazonalmente fraco e tocando dois post mergers. Um arraso!

Le Lis Blanc: Sou cara mesmo, e quem não quis bancar meu crescimento deve estar fulo da vida: cresci muito pela enésima vez, sem perder margens. Estou te esperando na Oscar Freire.

Marfrig: Meu nome é Outras Receitas Operacionais, mas pode me chamar de Ebitda.

MMX: O filho do homem não é o Deus-Trovão? Então que ele mande parar com essas chuvas em Serra Azul, pois desse jeito não dá para embarcar!

Multiplus: Superei de novo as expectativas de consenso. Hahaha! Será que eu que sou boa ou o “consenso” é que é muito ruim? Eu me garanto!

OGX: Sonhei bastante com meu primeiro resultado operacional, e acabei vivendo um pesadelo com essa declaração de comercialidade de Waimea... Ops, PARTE de Waimea!

OHL: Essa desgracia de IFRS, de receitas/despesas de construção, pressionou minhas margens. Agora, bate o olho na margem ebitda ajustada... E o bottom line, hein? Un espectáculo!

Pão de Açúcar: Fui bem do top ao bottom line. Início, fim e meio. Se era bom com o Abilião, posso ser ainda melhor com os franceses! Merci.

Panamericano: Meu lucro ainda é pequeno, mas estou melhorando bastante a qualidade da minha originação. Esperem só pra ver quando a BFRE entrar no time.

PDG: Putz... Queimei mais caixa e minha margem está bem abaixo do setor. Mas se eu quisesse falar disso, teria dado disclosure sobre o comportamento da margem bruta. Estamos em off, né?

Positivo: Nada excepcional, mas pelo menos mostrei que meu bom 4T11 não foi algo pontual. Ontem, torci pro Boca e pro Vélez. Espero que os argentinos não me nacionalizem!

Redecard: Meus resultados foram maravilhosos, mas ninguém nem ligou. Só ficam pensando nessa história de fechar o capital. Por mim, preferia ficar listada, mas estou aqui apenas para cumprir ordens.

SulAmérica: Desculpe, mas não é um bom momento para as seguradoras. E nem para a venda do stake do ING. Te pago uns dividendos e você aguarda um pouco mais, ok?

Tecnisa: Não lancei nada no trimestre, os projetos de 2007/08 pesam e ainda estou sem Telefónica! Você esperava o quê? Que venha logo o segundo semestre.

Tegma: Direct e LTD têm me dado o cross selling e o crescimento de faturamento prometido, mas ainda pesam nas margens. Preciso ensinar a essas duas como é operar levinha.

Ultrapar: Como eu tenho carregado o piano sozinha, me sinto na posição de porta-voz. Aqui quem vos fala é Ipiranga, responsável pelo crescimento e dona de 70% do ebitda dessa holding de negócios razoáveis. Os outros negócios, é claro, porque o meu é bem mais que razoável.

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