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Saraiva: livrarias na berlinda

Quando a Saraiva divulgar seus resultados anuais hoje vai colocar todo o mercado de livrarias na berlinda. Os números devem mostrar as dificuldades do setor, e da Saraiva em especial. O fluxo de clientes nas lojas caiu, o faturamento também. As livrarias tiveram o pior resultado do varejo brasileiro em 2016, com queda de 16% nas vendas. […]

Saraiva: rede de livrarias está em recuperação judicial desde o ano passado, assim como a concorrente Cultura (Saraiva/Divulgação)

Saraiva: rede de livrarias está em recuperação judicial desde o ano passado, assim como a concorrente Cultura (Saraiva/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2017 às 07h01.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.

Quando a Saraiva divulgar seus resultados anuais hoje vai colocar todo o mercado de livrarias na berlinda. Os números devem mostrar as dificuldades do setor, e da Saraiva em especial. O fluxo de clientes nas lojas caiu, o faturamento também. As livrarias tiveram o pior resultado do varejo brasileiro em 2016, com queda de 16% nas vendas.

Só nos primeiros nove meses deste ano, a Saraiva perdeu 28 milhões de reais. Em 2015, a empresa só conseguiu apresentar lucros – após o prejuízo de 37 milhões de reais de 2014 – porque se desfez da sua operação de educação, numa negociação que rendeu à livraria 725 milhões de reais. A Saraiva na bolsa um décimo do que valia em 2010: cerca de 76 milhões de reais.

Polêmicas não têm faltado. O principal investidor, a GWI Investimentos, está em pé de guerra pela falta de retornos, e tem denunciado que a empresa remunera excessivamente seus executivos. Em março deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários identificou potenciais irregularidades no comportamento da diretoria da Saraiva e está analisando possíveis manipulações nos resultados financeiros. O conselho de administração realiza uma auditoria interna para verificar a idoneidade dos relatórios divulgados de 2014 em diante.

Em fevereiro, surgiu a notícia (não confirmada) de que a Saraiva se fundiria com a Cultura, num processo que faria as livrarias mais fortes para competir com a Amazon no Brasil – a varejista americana lançou esta semana sua primeira grande campanha publicitária no Brasil. Saraiva e Cultura, mesmo em dificuldades, continuam separadas. Outra grande varejista, a francesa Fnac, está à caça de um sócio para a operação brasileira. Os resultados da Saraiva previstos para hoje devem dar ideia do tamanho da urgência para resolver os problemas do setor.

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