EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
SÃO PAULO (Reuters) - A São Martinho, uma das principais empresas de açúcar e álcool do Brasil, fechou acordo para a venda de 40 por cento de uma das suas usinas, a Boa Vista, para o grupo norte-americano Amyris, por 140 milhões de reais, em dinheiro e ações.
A São Martinho também estabeleceu uma joint venture com a Amyris que inclui a construção de uma nova unidade industrial complementar à usina Boa Vista, para uso da tecnologia da companhia dos EUA, e atuação conjunta no mercado de especialidades químicas renováveis.
A negociação para a venda da fatia na Boa Vista, localizada em Qurinópolis (Goiás), envolve um pagamento à vista de 40 milhões de reais; outro pagamento de 50 milhões de reais para 2012, ou quando a Amyris Biotechnologies Inc. realizar sua oferta inicial de ações; e o recebimento de 50 milhões de reais em ações da Amyris Biotechnologies, correspondentes a aproximadamente 6 por cento da empresa, segundo comunicado divulgado pela São Martinho nesta quinta-feira.
A joint venture estipula ainda um investimento de 140 milhões de reais a ser realizado na área da Boa Vista, sendo 90 milhões para o aumento da capacidade de processamento de cana dos atuais 2,25 milhões de toneladas para 3,4 milhões de toneladas e 50 milhões para implantar a unidade adjunta que vai operar com a tecnologia da Amyris.
O grupo São Martinho estima processar na safra atual no Brasil 13 milhões de toneladas de cana, produzindo 720 mil toneladas de açúcar e 602 milhões de litros de etanol, além de 150 megawatts de energia elétrica pela queima de resíduos.
A companhia possui, além da unidade Boa Vista, as usinas São Martinho, em Pradópolis (SP), e Iracema, em Iracemápolis (SP).
Por volta das 12h52 (horário de Brasília), as ações da empresa na Bovespa operavam com alta de 0,93 por cento, enquanto o índice da bolsa subia 0,9 por cento.
A Amyris utiliza tecnologia própria de biologia sintética para criar combustíveis e químicos renováveis, utilizando, no Brasil, o caldo da cana como matéria-prima.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)