Negócios

Salão de Detroit dá adeus ao inverno e aos preços altos

Com dúvidas sobre o futuro do mercado automobilístico, o salão americano vai passar por transformações em 2020

SALÃO DE DETROIT: evento cansou de disputar os holofotes com a feira de tecnologia CES  / REUTERS/Jonathan Ernst

SALÃO DE DETROIT: evento cansou de disputar os holofotes com a feira de tecnologia CES / REUTERS/Jonathan Ernst

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 06h00.

O Salão de Detroit, principal salão de automóveis americano, tem nesta terça-feira seu segundo dia já com um atrativo a mais aos aficionados. Ontem foram apresentados os três carros premiados do ano, lançando luz sobre algumas das tendências de consumo nos Estados Unidos. Na pick-up do ano, nenhuma surpresa: vitória da RAM 1500, um grandalhão de 6m de comprimento que reforça a paixão dos americanos por veículos possantes.

Mas as outras duas vitórias, as duas da Hyundai, apontaram mudanças. O utilitário vencedor foi o Kona, que traz entre seus atrativos o fato de custar menos de 20.000 dólares. Entre os sedãs o vencedor foi o Genesis G70, que também traz entre os atrativos o fato de custar menos que os sedãs alemães. As montadoras americanas focaram nos últimos anos em carros robustos, potentes, e caros, mas agora os consumidores podem estar em busca de opções mais econômicas.

O próprio salão de Detroit passa por uma guinada. Também conhecido pela sigla NAIAS (North American International Auto Show), terá este ano sua última edição de inverno. Em 2020, deverá ser realizado em junho. O principal motivo é a proximidade com o Consumer Electronics Show (CES), maior feira de eletrônica do mundo, que aconteceu semana passada em Las Vegas. Muitas das novidades do setor automobilístico que seriam apresentadas no salão têm sido antecipadas na feira de eletrônica. Testes de direção autônoma em ambiente externo, por exemplo, já foram feitos na edição da CES deste ano, possibilitados também pelas temperaturas mais amenas de Vegas na comparação com o congelante inverno de Detroit.

Além da mudança de data, o salão também é afetado por uma provável queda nos lucros e vendas de companhias automobilísticas em 2019. A guerra comercial entre Estados Unidos e China, os maiores consumidores de automóveis do mundo, e a desaceleração da economia mundial são fatores que dificultam o sucesso do NAIAS. Neste ano, as montadoras alemãs Mercedes-Benz, Audi e BMW já não exibiram seus modelos no salão.

Com necessidade de reinvenção devido às dúvidas sobre o futuro do setor, Ford e Volkswagen (a única grande alemã no evento) escolheram o salão para anunciar uma parceria. Além de fabricar veículos comerciais em conjunto, as duas empresas devem compartilhar fábricas e tecnologias de carros elétricos e autônomos. Essa pode ser uma tendência das companhias do setor, que precisarão de novas formas de investimento com as incertezas à frente.

Acompanhe tudo sobre:CarrosDetroitEstados Unidos (EUA)Exame HojeHyundai

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões