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Saída da AES do Brasil é uma questão de tempo

O balanço financeiro de 2002 da companhia elétrica AES, divulgado na última quarta-feira (12/2) mostra em números o que todo mundo já sabia: as operações da empresa americana no Brasil estão capengas. Houve depreciação nos ativos da Eletropaulo e da Cemig - nas quais a AES tem participação acionária - da ordem de 706 milhões […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O balanço financeiro de 2002 da companhia elétrica AES, divulgado na última quarta-feira (12/2) mostra em números o que todo mundo já sabia: as operações da empresa americana no Brasil estão capengas. Houve depreciação nos ativos da Eletropaulo e da Cemig - nas quais a AES tem participação acionária - da ordem de 706 milhões de dólares e 587 milhões de dólares, respectivamente. No mundo, a AES - presente em 33 países - teve prejuízo de 3,5 bilhões de dólares, contra um lucro de 273 milhões de dólares em 2001.

A diminuição dos ativos da AES no país é avaliada por analistas como um sinal de que a empresa está se preparando para deixar o país. De fato, rumores sobre a venda da participação da empresa na Cemig e na Eletronet - empresa da qual é sócia com a Eletropaulo e que atua no mercado de fibra óptica - percorrem o mercado desde o ano passado. "Pelo menos no caso da Eletronet, parece que uma resolução será tomada até o final do mês", afirma um executivo próximo das negociações.

A AES investiu 160 milhões de dólares na Eletronet, que montou uma rede de fibra óptica de 16 quilômetros para transmitir dados em alta velocidade. Os clientes são operadoras de telefonia e serviços de dados corporativos, como Telefônica e Pégasus. A Eletronet está em dívida com os fornecedores (fala-se em algo em torno de 160 milhões de dólares), e a AES não comanda mais a companhia desde o ano passado, quando a Eletrobras assumiu a função.

O que está sendo decido agora é se a Eletrobras assume as ações e a dívida da AES. No dia de sua posse, o presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa, afirmou que se informaria sobre o caso da Eletronet para decidir o que poderá ser acordado. Uma outra hipótese é a venda da participação da AES a uma outra empresa. A participação da AES na concessionária elétrica Cemig também estaria em negociação, e um potencial comprador seria o banco Opportunity, acionista da concessionária.

O caso do Brasil não é isolado. A estratégia da AES era procurar mercados potenciais em todo o mundo e montar redes elétricas locais usando recursos de terceiros. Os empréstimos seriam pagos com a receita gerada pelas operações, presentes em 33 países. Não deu certo. Por vários motivos: a crise dos mercados emergentes, o racionamento de energia brasileiro e no estado da Califórnia, nos EUA, além da falência de empresas das quais era sócia na Europa. Agora a venda das participações parece ser a única saída para a empresa.

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