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RaÍzen (RAIZ4): safra fraca de cana-de-açúcar deve impactar resultado

Embora preços dos etanol tenham subido na esteira da alta do petróleo, problemas de produção nas lavouras de cana devem pressionar resultados da Raízen

Totem com o logo da Raízen, joint venture da Cosan com a Shell. (Raízen/Divulgação)
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Luciana Lima

Publicado em 13 de maio de 2022 às 06h00.

Última atualização em 13 de maio de 2022 às 09h19.

Nesta sexta-feira, 13, a Raízen (RAIZ4), uma das maiores produtoras de cana de açúcar e etanol do mundo, divulgará os resultados referentes ao quarto trimestre da safra 2021/2022, encerrada no dia 31 de março deste ano.

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Os números anteriores foram marcados por cifras que surpreenderam o mercado. A companhia, fruto da fusão entre a brasileira Cosan e a holandesa Shell, registrou lucro líquido de R$ 1,42 bilhão, número 248% maior em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida operacional também disparou 49,6%, atingindo  R$ 55,38 bilhões.

O cenário de alta do preço do açúcar e do etanol deve ajudar os resultados da companhia no quarto trimestre. Principal substituto da gasolina para os veículos flex, o etanol se valorizou na esteira da disparada do petróleo e, só de março para abril, teve aumento de 7,4%.

Porém, como escreveram os analistas do Credit Suisse, “ventos contrários” podem fazer com que os resultados da companhia, divulgados nesta sexta-feira, não sejam tão positivos.  Um deles é a baixa produtividade das colheitas de cana-de-açúcar, principal matéria-prima do etanol.

Segundo dados da União da Indústria de Cana de Açúcar, a safra 2021/2022, na região Centro-Sul, teve uma redução de 13,36% por questões climáticas, como incêndios e geadas nas lavouras. A expectativa era que o cenário melhorasse esse ano. Mas, a safra 2022/2023 também começou mais lenta, com moagem do etanol hidratado 21,5% menor.

Os problemas com a matéria-prima já apareceram no balanço anterior da Raízen (RAIZ4), quando houve uma  queda de 37,1% do Ebitda da divisão de açúcar. Segundo analistas do BTG, banco que controla a EXAME, a expectativa é que esse prejuízo se acentue no quarto trimestre, com queda de 42,8%.

De acordo com o BTG, além das questões relacionadas ao etanol, a Raízen também deve apresentar algum impacto na sua divisão de distribuição de combustíveis, dado aos percalços causados pela variante Ômicron que, no início do ano, diminuíram a demanda.

Para o banco, a receita líquida da Raízen deve ficar em R$ 48 bilhões, uma queda de 13,9% em relação ao trimestre anterior. Já o lucro líquido da companhia deve ficar em R$ 834 milhões, despencando outros 41,4%.

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