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Sabesp vai participar de novos leilões de saneamento no Brasil

A companhia terminou o terceiro trimestre com lucro líquido de 421,6 milhões de reais, queda de 65% sobre o mesmo período do ano passado

Sabesp: uma das próximas oportunidades para a Sabesp é o leilão de áreas da fluminense Cedae, (Sabesp/Divulgação)

Sabesp: uma das próximas oportunidades para a Sabesp é o leilão de áreas da fluminense Cedae, (Sabesp/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 17 de novembro de 2020 às 14h18.

A companhia de água e saneamento do Estado de São Paulo, Sabesp, está preparada e vai participar de novos leilões no setor fora do Estado, depois de ficar em setembro em segundo lugar no primeiro certame após a revisão do marco legal no país.

"Vamos participar de futuros leilões com certeza", disse o presidente da Sabesp, Benedito Braga Junior, em teleconferência com analistas e jornalistas nesta terça-feira sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre.

Questionado por analista se não via problema da Sabesp não ter universalizado ainda os serviços de saneamento e água nos municípios onde atua em São Paulo e já disputar ativos em outros Estados, Braga afirmou que "não tem conflito nenhum ir para licitação fora do Estado e universalizar em São Paulo, não vejo problema nenhum".

A companhia terminou o terceiro trimestre com lucro líquido de 421,6 milhões de reais, queda de 65% sobre o mesmo período do ano passado, influenciada em parte por uma forte base de comparação com 2019.

A empresa participou no final de setembro do emblemático leilão de ativos da empresa alagoana de água e esgoto Casal. A participação foi em parceria com a Iguá Saneamneto e o consórcio apresentou o segundo maior lance da disputa, de outorga de cerca de 1,5 bilhão de reais. O valor ficou atrás dos 2 bilhões oferecidos pela BRK Ambiental, vencedora do leilão.

"A Sabesp está pronta para participar de concorrências pelo Brasil afora sempre que julgar oportuno", disse o diretor financeiro, Rui Affonso, durante a teleconferência.

Uma das próximas oportunidades para a Sabesp é o leilão de áreas da fluminense Cedae, processo que foi retomado nesta semana e que pode ter o certame até o fim do primeiro trimestre do próximo ano.

Segundo Braga, a Cedae é um desafio "bastante importante. É uma opção de grande porte que vamos ter que nos debruçar para verificarmos a conveniência ou não... não temos ainda posição firmada sobre a Cedae. Podemos participar ou não", disse o executivo.

Do ponto de vista de dívida, Affonso afirmou que a Sabesp está "absolutamente disciplinada" e que "está longe de ter qualquer problema de endividamento".

A empresa deve sacar até o final do ano toda a linha de crédito sem garantia de 950 milhões de reais disponibilizada em duas tranches pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), disse o superintendente de captação e relações com investidores, Mário Sampaio, durante a teleconferência.

Cerca de metade dos recursos do BID serão usados para refinanciamento da empresa e o restante vai para projetos de usinas de energia solar e de despoluição do rio Pinheiros, uma meta lançada pelo governador paulista João Doria (PSDB) para ser cumprida até 2022.

Segundo Braga, a Sabesp tem trabalhado há seis meses na despoluição do rio e já conseguiu conectar à rede coletora e de tratamento 15% dos cerca de meio milhão de imóveis geradores de esgoto descarregado atualmente no rio.

"Estamos dentro do prazo. A diferença (na qualidade da água do Pinheiros) só vai poder ser vista em 2022. Não dá para ter resultado antes disso", disse o presidente da Sabesp.

Enquanto a empresa faz os investimentos em água e saneamento e avalia participar de leilões fora de São Paulo, a política de pagamento de dividendo mínimo obrigatório de 25% será mantida, disse o presidente da Sabesp ao ser perguntado se a companhia poderia elevar o percentual. "Não pretendemos mudar a política de 25% enquanto não estiver todo o nosso sistema de municípios universalizado com 100% de água, 100% de coleta e 100% de tratamento de esgoto", afirmou.

Durante a apresentação dos resultados, Affonso afirmou que a região metropolitana de São Paulo tem recebido menos chuva que a média histórica, mas que o conjunto de reservatórios "apresenta situação controlada até o momento".

No ano hidrológico, que vai de outubro a setembro, o sistema Cantareira, um dos principais que abastecem a região metropolitana, recebeu 74% da média histórica de chuvas. Em outubro apenas, as chuvas no sistema ficaram em 57% da média.

No final de outubro, o volume dos mananciais da região metropolitana de São Paulo estava em 45,7% da capacidade ante 58,9% no mesmo período de 2019.

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