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Rivais Ambev e Coca-Cola unificam investimento em reciclagem

O programa conjunto vai apoiar financeiramente 110 cooperativas de catadores de material reciclável

20 vezes  (Ambev/Divulgação)

20 vezes (Ambev/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 13h09.

São Paulo - Eternas rivais nas gôndolas dos supermercados, Coca-Cola e Ambev anunciaram nesta quarta-feira, 4, uma união de seus investimentos em reciclagem. O programa conjunto vai apoiar financeiramente 110 cooperativas de catadores de material reciclável.

A iniciativa já vinha sendo discutida pelas empresas há cerca de um ano, de acordo com o vice-presidente de Relações Corporativas da Ambev, Pedro Mariani. A lógica por trás, conforme o vice-presidente de Relações Corporativas da Coca-Cola, Pedro Rios, é reduzir gastos com a gestão dos programas e atividades intermediárias. A previsão das empresas é que, juntas, elas conseguirão aumentar em até 25% os investimentos nas cooperativas.

Não é a primeira vez que as concorrentes Coca-Cola e Ambev se juntam numa iniciativa de cunho não-financeiro. Ano passado, ambas anunciaram em conjunto uma mudança na política de venda de refrigerantes em escolas. Elas deixaram de vender os produtos a cantinas de escolas com maioria de alunos de até 12 anos.

Desta vez, a união das empresas é vista pelos executivos como um passo para ampliar o escopo de programas de reciclagem já existentes.

Fabricantes de embalagens de vários setores da economia assinaram em 2015 um acordo setorial no qual se comprometem a reduzir em no mínimo 22% as embalagens dispostas em aterros sanitários até 2018.

Coca-Cola e Ambev esperam ainda que, futuramente, outras empresas possam aderir ao programa lançado nesta quarta-feira

Um balanço do primeiro ciclo dessa meta de redução do descarte de embalagens ainda está sendo elaborado, de acordo com Rios, da Coca-Cola. Ele avalia, no entanto, que as indústrias envolvidas estão em dia com o compromisso.

O apoio a cooperativas de reciclagem tem ainda uma lógica econômica para as companhias. Ambev e Coca-Cola afirmam que hoje não há fornecimento de material reciclado suficiente para dar conta de tudo o que produzem em termos de embalagem, mas consideram que uma maior disponibilidade dos materiais reciclados poderia reduzir custos e, consequentemente, reduzir o preço e aumentar as vendas ao consumidor.

A Ambev afirma que hoje 50% das garrafas PET de Guaraná Antarctica são feitas de material reciclado. Já a Coca-Cola destaca que as PETs retornáveis têm sido a embalagem que mais cresce em seu portfólio é já representam 15% do total de refrigerantes.

Em especial na cadeia do PET, a profissionalização das cooperativas de catadores é vista como uma forma de aumentar os volumes de reciclagem.

Hoje, o material plástico é considerado menos atrativo por catadores do que o alumínio das latinhas de bebida, por exemplo, mas a avaliação é de que isso ocorre porque as cooperativas em geral são pequenas e vendem os materiais a intermediários.

Os programas fomentados pela indústria visam dar maior escala às cooperativas e eliminar intermediários, o que teria o potencial de baratear o custo do material reciclado e ampliar a receita dos catadores.

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