Rioforte e ESI terão ativos liquidados
Justiça de Luxemburgo rejeitou pedido de recuperação judicial apresentado pela Rioforte Investimentos. A empresa será forçada a pedir falência
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2014 às 08h51.
Mônica Scaramuzzo e Fernando Nakagawa, correspondente - A Justiça de Luxemburgo rejeitou ontem (17) o pedido de recuperação judicial apresentado pela Rioforte Investimentos, braço de investimentos não financeiros do Grupo Espírito Santo (GES), e também de sua controladora, a Espírito Santo Internacional (ESI). Sem aprovação do pedido de recuperação, a empresa deverá ser forçada a pedir falência , mesmo fim do Banco Espírito Santo (BES).
"Tínhamos a expectativa de que a Justiça fosse aceitar o pedido de recuperação da Rioforte. Seria uma maneira mais organizada de vender os ativos. Agora, paciência", disse uma fonte a par do assunto ao Estado.
O despacho não dá detalhes sobre a decisão, nem sobre o pedido do grupo português porque o processo corre em sigilo. O tema foi avaliado pela Justiça de Luxemburgo porque as duas empresas têm sede fiscal no local. A solicitação de recuperação judicial havia sido entregue no fim de julho.
Sem aprovação da recuperação judicial, o destino da Rioforte e da ESI deve ser a insolvência. Esse foi o destino do BES após o indeferimento do pedido de recuperação judicial feito pela controladora, a Espírito Santo Financial Group (ESFG). A declaração de insolvência da controladora foi anunciada há uma semana.
Frustração
Em Lisboa, havia expectativa de que a Rioforte - empresa que deu calote de 897 milhões na operadora de telefonia Portugal Telecom (PT) - poderia ter o pedido de recuperação judicial aprovado porque a empresa tem ativos para vender.
No pregão de ontem, as ações da PT recuaram 9%, para 1,21, impactadas pela notícia da Rioforte e pelas incertezas sobre o futuro da companhia. Um relatório do banco Morgan Stanley atribuiu um preço-alvo de 0,79 para os papéis da operadora. Os escândalos envolvendo a aplicação da Portugal Telecom na Rioforte levaram a fusão entre a brasileira Oi e a operadora portuguesa a ser revista. A participação dos acionistas da PT caiu de 37,4% para 25,3% na "Nova Oi".
Além disso, há notícias de que os ativos da PT em Portugal deverão ser vendidos. As negociações estão sendo coordenadas pelo banco BTG, que é sócio da Oi. De acordo com o Jornal de Negócios, de Portugal, os sindicatos de trabalhadores da empresa anunciaram ontem que pretendem impedir a venda da companhia.
Nos últimos dias, a Rioforte concluiu a negociação de duas subsidiárias, a Espírito Santo Saúde e a Espírito Santo Viagens. Pela empresa do setor médico, a Rioforte conseguiu 244 milhões. Ela tem outros ativos de peso, como a rede de Hotéis Tivoli, que já foi colocada à venda, empreendimentos imobiliários em Portugal e no Brasil (como o Quinta da Baroneza, no interior de São Paulo), fazendas agrícolas de laranja, limão e eucaliptos, também em território paulista, e de arroz e soja no Tocantins, além de manter Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). A empresa também tem negócios na África, Espanha e Paraguai. Dados de 2013 indicam que a Rioforte tem ativos avaliados em 4,35 bilhões e passivos de 3,4 bilhões.
Fazendas
O Estado apurou que a companhia já está em intensas negociações para a venda das fazendas de laranja, limão e eucaliptos em São Paulo. O valor do negócio é avaliado em cerca de R$ 150 milhões. Há empresas olhando as PCHs no Brasil, mas as conversas não estão tão avançadas.
A expectativa é de que o Novo Banco, (ex-BES), que ficou com ativos bons da instituição financeira e o Banco Espírito Santo Investimentos (BESI) sejam vendidos nos próximos meses.
"Os compradores mais óbvios do BES seriam os bancos portugueses, mas entre os interessados há espanhóis, como Santander e o BBVA, além de chineses e árabes", disse uma fonte a par do assunto. O BESI poderá ser vendido separadamente, afirmou a mesma fonte. O BBVA seria um dos interessados pelo banco de investimentos, segundo a mesma fonte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Mônica Scaramuzzo e Fernando Nakagawa, correspondente - A Justiça de Luxemburgo rejeitou ontem (17) o pedido de recuperação judicial apresentado pela Rioforte Investimentos, braço de investimentos não financeiros do Grupo Espírito Santo (GES), e também de sua controladora, a Espírito Santo Internacional (ESI). Sem aprovação do pedido de recuperação, a empresa deverá ser forçada a pedir falência , mesmo fim do Banco Espírito Santo (BES).
"Tínhamos a expectativa de que a Justiça fosse aceitar o pedido de recuperação da Rioforte. Seria uma maneira mais organizada de vender os ativos. Agora, paciência", disse uma fonte a par do assunto ao Estado.
O despacho não dá detalhes sobre a decisão, nem sobre o pedido do grupo português porque o processo corre em sigilo. O tema foi avaliado pela Justiça de Luxemburgo porque as duas empresas têm sede fiscal no local. A solicitação de recuperação judicial havia sido entregue no fim de julho.
Sem aprovação da recuperação judicial, o destino da Rioforte e da ESI deve ser a insolvência. Esse foi o destino do BES após o indeferimento do pedido de recuperação judicial feito pela controladora, a Espírito Santo Financial Group (ESFG). A declaração de insolvência da controladora foi anunciada há uma semana.
Frustração
Em Lisboa, havia expectativa de que a Rioforte - empresa que deu calote de 897 milhões na operadora de telefonia Portugal Telecom (PT) - poderia ter o pedido de recuperação judicial aprovado porque a empresa tem ativos para vender.
No pregão de ontem, as ações da PT recuaram 9%, para 1,21, impactadas pela notícia da Rioforte e pelas incertezas sobre o futuro da companhia. Um relatório do banco Morgan Stanley atribuiu um preço-alvo de 0,79 para os papéis da operadora. Os escândalos envolvendo a aplicação da Portugal Telecom na Rioforte levaram a fusão entre a brasileira Oi e a operadora portuguesa a ser revista. A participação dos acionistas da PT caiu de 37,4% para 25,3% na "Nova Oi".
Além disso, há notícias de que os ativos da PT em Portugal deverão ser vendidos. As negociações estão sendo coordenadas pelo banco BTG, que é sócio da Oi. De acordo com o Jornal de Negócios, de Portugal, os sindicatos de trabalhadores da empresa anunciaram ontem que pretendem impedir a venda da companhia.
Nos últimos dias, a Rioforte concluiu a negociação de duas subsidiárias, a Espírito Santo Saúde e a Espírito Santo Viagens. Pela empresa do setor médico, a Rioforte conseguiu 244 milhões. Ela tem outros ativos de peso, como a rede de Hotéis Tivoli, que já foi colocada à venda, empreendimentos imobiliários em Portugal e no Brasil (como o Quinta da Baroneza, no interior de São Paulo), fazendas agrícolas de laranja, limão e eucaliptos, também em território paulista, e de arroz e soja no Tocantins, além de manter Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). A empresa também tem negócios na África, Espanha e Paraguai. Dados de 2013 indicam que a Rioforte tem ativos avaliados em 4,35 bilhões e passivos de 3,4 bilhões.
Fazendas
O Estado apurou que a companhia já está em intensas negociações para a venda das fazendas de laranja, limão e eucaliptos em São Paulo. O valor do negócio é avaliado em cerca de R$ 150 milhões. Há empresas olhando as PCHs no Brasil, mas as conversas não estão tão avançadas.
A expectativa é de que o Novo Banco, (ex-BES), que ficou com ativos bons da instituição financeira e o Banco Espírito Santo Investimentos (BESI) sejam vendidos nos próximos meses.
"Os compradores mais óbvios do BES seriam os bancos portugueses, mas entre os interessados há espanhóis, como Santander e o BBVA, além de chineses e árabes", disse uma fonte a par do assunto. O BESI poderá ser vendido separadamente, afirmou a mesma fonte. O BBVA seria um dos interessados pelo banco de investimentos, segundo a mesma fonte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.