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Renner tem prejuízo de R$ 83 mi com lojas fechadas e descontos 

O menor tráfego nas lojas também impactou as margens da companhia, que além da marca Renner também controla a Youcomm e a Camicado

Renner: com descontos, o estoque já está normalizado para as vendas de final de ano (Germano Lüders/Exame)

Renner: com descontos, o estoque já está normalizado para as vendas de final de ano (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 18h33.

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 22h36.

O fechamento das lojas físicas, que perdurou até meados de agosto, prejudicou os resultados da Renner. Mesmo com uma grande aceleração do comércio eletrônico, a varejista de moda apresentou receitas de 1,65 bilhão de reais no terceiro trimestre do ano, queda de 14,5%. O prejuízo líquido foi de 82,9 milhões de reais no período, ante lucro de 186,7 milhões de reais no mesmo período do ano passado. 

"Mais relevante do que a queda nas vendas é a retomada gradual. Conforme as pessoas se sentem mais confortáveis e os horários de funcionamento das lojas ficam mais flexíveis, a demanda retoma", disse Paula Picinini, diretora de relação com investidores e internacionalização da Lojas Renner em entrevista à EXAME.

Com 31% das lojas fechadas no início do trimestre, o menor tráfego nas lojas também impactou as margens da companhia, que além da marca Renner também controla a Youcomm e a Camicado. As margens da operação de varejo foram de 47,7%, queda de 6,6 pontos em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Sem fluxo nas lojas, a empresa precisou fazer remarcações maiores em seus produtos, com mais descontos para desovar estoques. Esse processo também foi necessário no segundo trimestre do ano, em que a empresa teve receita 73,3% menor e prejuízo de 228 milhões de reais. 

 

 

Agora, a companhia acredita que os estoques já estão normalizados — bem como as margens brutas, que devem estar mais próximas da normalidade no quarto trimestre do ano. A Renner lançou em setembro a coleção primavera-verão, que foi bem recebida, diz a empresa. 

"Fizemos as remarcações no momento apropriado, com descontos que faziam sentido e chegamos a setembro com espaço para as novas coleções", disse Picinini. Os estoques também estão prontos para a Black Friday e as vendas do final do ano, diz a Renner.

O grande destaque do trimestre foram as vendas digitais, com crescimento de 200,5% no trimestre e já responsáveis por 16% do total. As lojas físicas estão cada vez mais conectadas ao mundo digital. Mais de 20% das compras pela internet já são atendidas pelo estoque de uma loja física. A retirada em loja das compras virtuais são 30% do total e 15% dessas retiradas resulta em uma nova compra. A venda social pelo projeto Minha Sacola, em que qualquer pessoa pode vender produtos da Renner através de um link, atingiu 15.000 afiliados. 

“O e-commerce continua crescendo três dígitos, mesmo com a rede de lojas físicas já de volta à normalidade”, diz Alvaro Azevedo, diretor financeiro.

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