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Reforma em casa: Leroy Merlin cresce na pandemia e aluga ferramentas

O interesse por decoração e pequenas reformas aumentou e a Leroy Merlin relançou serviço de aluguel de ferramentas, como parafusadeira e cortador de grama

Loja da Leroy Merlin na marginal Tietê, em São Paulo (Leroy Merlin/Divulgação)

Loja da Leroy Merlin na marginal Tietê, em São Paulo (Leroy Merlin/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 3 de julho de 2020 às 06h00.

Última atualização em 3 de julho de 2020 às 14h40.

Os passatempos dos brasileiros mudaram. Impossibilitados de ir ao cinema ou a bares e restaurantes por conta da pandemia do novo coronavírus, as pessoas passam mais tempo em casa. Assim, também dão mais atenção aos pequenos reparos e à decoração do ambiente. Com isso, a Leroy Merlin, empresa de materiais de construção e decoração, prevê crescer de 7% a 8% este ano, com vendas que devem chegar a 6 bilhões de reais. Por fazer parte de um setor essencial, de construção, a empresa também não precisou fechar as lojas na quarentena.

Segundo João Alberto Souza, gerente comercial de uma loja da Leroy, o movimento em sua loja Lar Center, na zona Norte de São Paulo, quase dobrou em relação a antes do isolamento. "Já estamos acostumados a ter um fluxo maior durante o sábado, mas hoje todos os dias têm um movimento de sábado", diz. 

"O sifão pingando e a torneira que não fecha acabam se tornando incômodos muito maiores quando você passa mais tempo em casa", diz afirma. Além disso, como muitos preferem não receber um pedreiro ou eletricista em casa, consumidores optam por fazer esse serviço por conta própria.

Para controlar a entrada do fluxo de pessoas, a Leroy Merlin está organizando as filas de entrada, e por vezes até oferece música e outras atrações a quem fica de fora esperando conseguir entrar na loja. Mais clientes na loja pode parecer bom para a varejista - o que nem sempre é o caso. Para uma família de quatro, apenas uma compra será contabilizada, ou mesmo nenhuma, por exemplo, derrubando a taxa de conversão de vendas.

 

Aluguel de ferramentas

Nem todos têm as ferramentas - ou o conhecimento - necessários para fazer essas reformas. Por isso, a Leroy Merlin resolveu relançar o serviço de aluguel de ferramentas, até então feito por uma empresa terceirizada, e o trouxe para dentro de casa.

Souza, que idealizou o projeto de aluguel de ferramentas diz que dessa forma a empresa consegue ter mais controle sobre o serviço e oferecer produtos mais modernos e seguros, o que é essencial ao alugar serras de corte ou cortadores de grama aos clientes.

É possível alugar uma furadeira e parafusadeira elétrica a partir de 30 reais, ou uma escada de três metros por 20 reais. A lavadora de alta pressão, para tapetes e calçadas, sai por menos de 60 reais. Por enquanto, o serviço está disponível como projeto piloto na loja Lar Center, na zona norte de São Paulo. 

Comércio eletrônico, novas lojas, mudança na presidência

Embora as lojas estejam sempre cheias, o comércio eletrônico também cresceu quatro vezes. Antes da pandemia eram 80 pedidos ao dia, e agora chega a 700. Hoje, as vendas digitais são responsáveis por 6% do faturamento total.

A Leroy Merlin expandiu o frete express, para entregas em até quatro horas, para todas as lojas, e o clique retire em até duas horas. Também disponibilizou armários nas lojas para entrega sem contato entre funcionários e consumidores.

A Leroy Merlin discute ainda dois novos formatos de loja, uma em um modelo menor de bairro e outra dedicada a profissionais, como arquitetos e designers, que se chamará L’espace AD.

A empresa também irá mudar de comando no Brasil, pela primeira vez após 14 anos. O francês Alain Ryckeboer será substituído pelo diretor-geral da varejista na Espanha, Ignacio Sánchez. Sánchez ingressou na Leroy Merlin em 1993 e faz há 27 anos faz parte do grupo ADEO, controlador também das marcas Zôdio e Kiabi, que deixaram o Brasil recentemente.

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