Local Food (ApexBrasil/Divulgação)
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Publicado em 24 de outubro de 2022 às 07h30.
A exportação brasileira tem batido recordes. Em agosto deste ano, a venda dos nossos produtos no exterior cresceu 8,4% em relação ao mesmo período de 2021, totalizando US$ 30,8 bilhões, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. O aumento das exportações, o câmbio favorável, e a oportunidade de conquistar novos mercados têm convencido muitos pequenos e médios empreendedores a romper as fronteiras dos seus negócios.
Foi o caso dos empresários Murilo Santucci, fundador do Açaí Town, uma empresa que surgiu em 2014 em Tatuí, no interior de São Paulo, e hoje exporta seus produtos para mais de dez países, incluindo EUA, Portugal e Emirados Árabes; e de Maria Cristina Morais, sócia-fundadora da empresa pernambucana Brasil Prime, que vem conquistando os Estados Unidos e países da Europa.
Em comum, as empresas têm não só a missão de fazer com que o açaí, uma fruta tipicamente brasileira, ganhe o mundo, como o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para garantir o sucesso do processo de internacionalização.
“As oficinas da ApexBrasil foram fundamentais para que eu conseguisse definir preços, mercados, público-alvo, posicionamento, tradução, preparação interna das equipes entre outros pontos super relevantes”, destaca Santucci, que viu seu faturamento mensal saltar de R$ 60 mil para mais de R$ 1 milhão depois do início das exportações, em 2017.
Já Maria Cristina encontrou, na ApexBrasil, a ajuda que precisava para adaptar seus produtos ao mercado exterior. “Os treinamentos ampliaram nosso conhecimento de mercado, e trouxeram profissionalização para que conseguíssemos atender aos padrões internacionais exigidos para a exportação de produtos manufaturados”, conta a empresária. Em menos de um ano, a Brasil Prime já faz negócio com cinco países.
Mas, afinal, como, para onde e para quem exportar? Para responder essas perguntas, a ApexBrasil criou o “Mapa Estratégico de Mercados e Oportunidades Comerciais para as Exportações Brasileiras”, uma ferramenta que analisa mais de 100 países considerados estratégicos para a atuação comercial brasileira e que foram destino de aproximadamente 95% das nossas exportações para o mundo.
Uma das empresas que se beneficiou dessa Inteligência de dados foi a Omega Light, empresa paulistana de iluminação que depois de dez anos no mercado decidiu criar, em 2018, uma área dedicada ao comércio exterior.
Desde então, as vendas internacionais subiram 200%, e contribuíram para o crescimento de 40% do faturamento da companhia nos últimos quatro anos. “Os projetos executados no exterior trazem visibilidade e prestígio para o nosso cliente no mercado interno, impulsionando também as vendas nacionais”, afirma Fábio Nagata, diretor de Marketing da Omega Light.
Os serviços da ApexBrasil contemplam também empresas que já estão no mercado internacional, como é o caso da Cooperativa Casul, que deu início às exportações nos anos 1970 e viu, com o crescimento da cultura do amendoim na última década, a oportunidade de ampliar seus negócios.
“Começamos exportando 4,5 toneladas em 2020, e hoje já estamos na casa das 30 mil toneladas. Somos o 3º maior exportador de amendoim do Brasil”, comemora Maicon Minin, gerente de exportação da Casul, que atua em mais de 26 países, incluindo Holanda, Reino Unido, Romênia, Rússia e Alemanha.
A história da Casul diz muito sobre a importância de estar aberto e preparado para explorar novos territórios. “O ‘bom momento’ depende, na verdade, do mercado e da capacidade da empresa em atendê-lo. Há mercados gigantes, como China e Estados Unidos, e há mercados menores e mais próximos, como os da América Latina”, explica Clarissa Furtado, gerente de competitividade da ApexBrasil.
Todos trazem diferentes exigências e desafios, sejam eles macroeconômicos, logísticos, culturais, mercadológicos ou financeiros. “Nós estamos aqui para ajudar o empreendedor a entender cada um desses pontos”, diz ela. E aí, será que a sua empresa está preparada para pensar grande?