Negócios

Quer um smartphone da Huawei? Talvez seja tarde demais

Produção de chip de processador, considerado o mais avançado da categoria, será interrompida devido a sanções dos Estados Unidos

Loja da Huawei: fim do acesso a componentes e serviços americanos, como músicas do Google (Hannibal Hanschke/Reuters)

Loja da Huawei: fim do acesso a componentes e serviços americanos, como músicas do Google (Hannibal Hanschke/Reuters)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 8 de agosto de 2020 às 12h27.

Última atualização em 8 de agosto de 2020 às 16h23.

Sanções aplicadas pelos Estados Unidos estão prejudicando a produção da gigante de tecnologia chinesa Huawei, que vê seus estoques de chips de processador para smartphones caírem drasticamente.

A empresa será forçada a interromper a produção do equipamento considerado o mais avançado no setor, segundo informou um executivo da empresa.

O governo de Donald Trump cortou o acesso da Huawei a componentes e tecnologia americanos, incluindo músicas do Google e outros serviços de smartphone, no ano passado. Essas penalidades foram reforçadas em maio, quando a Casa Branca proibiu fornecedores em todo o mundo de usar a tecnologia dos EUA para produzir componentes à Huawei.

A produção de chips Kirin, projetados pelos próprios engenheiros da Huawei, será interrompida em 15 de setembro porque eles são feitos por empreiteiros que precisam de tecnologia de fabricação dos EUA, disse o presidente da unidade de consumo da empresa, Richard Yu. Segundo ele, a Huawei não tem como fabricar seus próprios chips.

"Esta é uma perda muito grande para nós", disse Yu em uma conferência do setor na sexta-feira. "Infelizmente, na segunda rodada de sanções dos EUA, nossos produtores de chips só aceitaram pedidos até 15 de maio. A produção será encerrada em 15 de setembro".

O executivo afirmou ainda que, este ano, pode ser o fim da última geração de chips de alta tecnologia Huawei Kirin. De forma mais ampla, a produção de smartphones da Huawei "não tem chips nem suprimentos", disse Yu.

A Huawei, fundada em 1987 por um ex-engenheiro militar, nega as acusações de que possa facilitar a espionagem chinesa. As autoridades chinesas acusam Washington de usar a segurança nacional como desculpa para impedir um concorrente das indústrias de tecnologia americanas.

A Huawei é líder em telecomunicações, carros elétricos, energia renovável e outros campos nos quais o Partido Comunista espera que a China possa se tornar um líder global.

Washington também está fazendo lobby na Europa e em outros aliados para excluir a Huawei das planejadas redes de próxima geração(5G), alegando risco à segurança.

A rivalidade chegou ao popular aplicativo de vídeo de propriedade chinesa TikTok e o serviço de mensagens baseado na China WeChat.

O proprietário da TikTok, ByteDance Ltd., está sob pressão da Casa Branca para vender o aplicativo de vídeo. Na quinta-feira, o presidente Donald Trump anunciou a proibição de transações não especificadas com a TikTok e o proprietário chinês do WeChat, um popular serviço de mensagens.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)HuaweiTecnologia da informação

Mais de Negócios

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA