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Quem é Oskar Metsavaht, o médico que fez da Osklen uma febre

Sem saber desenhar, ele esteve à beira da falência duas vezes; hoje, tem a Alpargatas como sócia – e é admirado por Madonna e Marc Jacobs

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Oskar Metsavaht: das agulhas de injeção para as agulhas de costura (J. EGBERTO)

Oskar Metsavaht: das agulhas de injeção para as agulhas de costura (J. EGBERTO)

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Márcio Juliboni

Publicado em 10 de outubro de 2012, 17h19.

São Paulo – A venda de 30% da Osklen para a Alpargatas por dezenas de milhões de reais é o capítulo mais recente da trajetória de um improvável homem de sucesso no mundo da moda: Oskar Metsavath.

Apontado pela revista americana FastCompany como uma das 100 personalidades mais inovadoras do mundo no ano passado, Metsavath acumula deferências mundiais: foi o primeiro estilista brasileiro a merecer uma reportagem de página inteira da Vogue América; sua Osklen foi apontada como uma das marcas mais badaladas do mundo pelo site de tendências WGSN, e foi nomeado embaixador da Boa Vontade pela Unesco, entre outras distinções.

Madonna, Naomi Campbell e Sting são alguns dos famosos que curtem suas criações. No mundinho fashion, ele já chamou a atenção de pesos-pesados como os estilistas Marc Jacobs e Calvin Klein, que provaram e aprovaram suas peças. E, antes de fechar negócio com a Alpargatas, chegou a apresentar a Osklen para o bilionário francês Henri-François Pinault, dono do Grupo PPR, conhecido por marcas de luxo como Gucci e Yves Saint-Laurent

De aventureiro a empresário

O sucesso da Osklen costuma ser atribuído pelos especialistas à sua capacidade de traduzir o espírito carioca em suas peças, cores, acessórios e layout das lojas. O “brazilian soul”, como Metsavaht costuma defini-lo, baseia-se no bem-estar. “Ser feliz ou parecer feliz é a grande aspiração do século XXI”, afirmou em entrevista à Veja Rio, em maio de 2010.

Para expressar essa felicidade em suas roupas, Metsavaht privilegia o despojamento, a sensualidade, a sofisticação sem ostentar, a pesquisa de novos tecidos e preocupações ambientais, como utilizar algodão orgânico e couro de peixe em suas peças.

Tudo isso, sem sequer saber desenhar. Metsavaht é gaúcho de Caxias do Sul. O hoje cinquentão empresário da moda chegou ao Rio de Janeiro aos 23 anos, para estudar Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especializou-se em traumatologia do esporte e trabalhou como ortopedista no Hospital Souza Aguiar.


Foi seu gosto por esportes de aventura, como mergulho, snowboard e surfe, que aproximou Metsavaht do que viria a se tornar seu passaporte para o mundo do luxo e dos holofotes. Em 1989, ele decidiu trocar as agulhas de injeção pelas agulhas de costura, e produzir roupas para frio extremo, usadas em expedições. Detalhe: abriu sua loja em Búzios.

Carro velho e falido

Para se lançar no negócio, Metsavaht investiu todas as suas economias – cerca de 7.000 dólares na época. Sem noções nem de moda, nem de administração, o empresário esteve à beira da falência por duas vezes, nos anos 90. Sem muitos recursos, levava as peças cortadas para costureiras na Zona Norte do Rio, com seu carro velho, para baratear o custo.

Depois de quase quebrar por duas vezes nos anos 90, Metsavaht decidiu mergulhar no mundo da gestão e sua primeira medida foi profissionalizar a administração da Osklen.

A virada, porém, só viria no final dos anos 90, quando a linha de roupas para aventura perdeu espaço no portfólio e ele lançou a primeira coleção de peças para mulheres. Desde então, se firmou como um dos principais nomes da moda brasileira, com lojas em cidades tão badaladas quanto Roma, Milão, Nova York e Tóquio. A Osklen não divulga seus números. Estima-se que, no ano passado, tenha faturado cerca de 280 milhões de reais.

É claro que ninguém é uma unanimidade – inclusive Metsavath. Em uma pesquisa com 120 profissionais de moda, no início do ano, a Veja Rio constatou duas referências pouco lisonjeiras ao empresário-estilista. A primeira: ele foi apontado por seus pares como o profissional mais supervalorizado do setor no país. A segunda: sua grife, a Osklen, foi eleita pelos entrevistados como a que cobra os preços mais abusivos. Se isto é uma mera alfinetada de seus concorrentes, ou não, só Metsavath saberá – agora, em sociedade com a Alpargatas.

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