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Próximo desinvestimento da Vale deve ser venda de navios

O presidente da empresa disse que o próximo desinvestimento da Vale deverá ser a venda de navios e, depois, a venda de ações preferenciais de ativos


	Navio da Vale: presidente disse que recursos dessas operações deverão garantir o fluxo de capital necessário para a Vale até que o projeto S11D entre em operação
 (Agência Vale)

Navio da Vale: presidente disse que recursos dessas operações deverão garantir o fluxo de capital necessário para a Vale até que o projeto S11D entre em operação (Agência Vale)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2015 às 18h01.

São Paulo e Rio - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse nesta quinta-feira, 30, em teleconferência com a imprensa, que o próximo desinvestimento da Vale deverá ser a venda de navios.

Em seguida deverá ser a venda de ações preferenciais de ativos da companhia.

O diretor-executivo de Finanças e de Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse que a Vale pretende emitir ações preferenciais para a entrada de parceiros estratégicos em ativos que estão abaixo da holding.

"Cada investidor tem preferência por um ativo específico", destacou. Para a emissão dessas ações a Vale estuda colocar em contrato a possibilidade de a mineradora poder recomprar essas ações no futuro.

O presidente da Vale disse que os recursos provenientes dessas operações deverão garantir o fluxo de capital necessário para a companhia até que o projeto S11D entre em operação. A partir daí, destacou, o projeto S11D, que adicionará à companhia uma capacidade extra de 90 milhões de toneladas, irá gerar caixa suficiente para a empresa.

Capacidade de produção

Ferreira disse ainda que a companhia "não está pensando, definitivamente, em reduzir a sua capacidade" de produção de minério de ferro. Ele disse que o que está sendo trabalhando internamente é um foco em otimizar suas margens. "Essa é uma obrigação, de procurarmos a melhor rentabilidade", disse. "Nós estamos discutindo melhores margens para a empresa", disse.

O diretor executivo de Ferrosos da Vale, Peter Poppinga, disse que, se o mercado demandar, a mineradora brasileira está preparada a retirar alguns fluxos de seu sistema de produção, de forma a se ajustar ao contexto de mercado.

"Poderemos reduzir no Sul e Sudeste para otimizar e aumentar as margens ainda mais", explicou. Estão sendo olhadas de forma mais aprofundada 30 milhões de toneladas nessa região, destacou, mas, até o momento, a companhia não planeja fazer essa suspensão de produção.

O diretor da companhia disse que "até 30 milhões de toneladas" é algo que se poderia desligar (suspender) com muita facilidade sem alterar a capacidade da companhia, mas que não há decisão, voltou a dizer.

O presidente da Vale disse que, assim, a meta é de alcançar em 2018 uma capacidade de produção de 450 milhões de toneladas em 2018. "Isso é algo decidido e aprovado pelo Conselho e ponto final", disse, reiterando que o S11D é algo intocável pela companhia.

Poppinga destacou que o preço médio do preço de ferro praticado pela Vale caiu mais do que a referência de preços Platts por conta da precificação utilizada pela empresa. "Há um efeito da precificação provisória e isso piora o resultado, mas a tendência é compensar no trimestre seguinte", disse.

Emprego

A Vale está reacomodando sua mão de obra em função da desmobilização de alguns projetos e concentração em outros, como Itabiritos (MG) e S11D, em Carajás, mas pretende chegar ao fim do ano com o mesmo número de funcionários de 2014, afirmou Ferreira ao ser questionado sobre a perspectiva de demissões na mineradora.

"A previsão é terminar o ano com o mesmo número de empregados de 2014", disse. Entre os reposicionamentos, a Vale está transferindo alguns funcionários de grandes capitais para áreas mais próximas de suas unidades operacionais.

Conselho da Petrobras

Ferreira destacou ainda que o espírito da formação do novo conselho da Petrobras foi escolher nomes com viés técnico. O presidente da Vale foi eleito ontem presidente do conselho de administração da petroleira.

Ele destacou a expertise de colegas no novo colegiado como Luiz Navarro, Roberto Castello Branco, Segen Estefen e Nelson Carvalho, eleitos nesta quarta-feira, 29.

O executivo fez muitos elogios ao time de conselheiros, destacou que cada um tem um ponto mais forte, e disse, que pretende, junto ao grupo, ajudar a Petrobras. "Juntos poderemos ajudar a Petrobras a ter um futuro melhor. O time do novo conselho da Petrobras é de respeito", disse.

"A motivação é muito grande. Fazer parte de um time desses me enche de orgulho", disse. O executivo também lembrou que no Brasil o presidente do conselho de administração de uma companhia não tem dedicação integral ao cargo, fazendo referência a questionamentos sobre sua disponibilidade de tempo para assumir a nova tarefa.

"O presidente (executivo) da Petrobras é Aldemir Bendine", disse. Ele lembrou ainda que o seu estilo é trabalhar em equipe e que tem certeza que será assim na Petrobras.

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