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Decathlon transforma ideia de clientes em um novo produto

Por meio de uma plataforma online, consumidores dão sugestões que podem vir a ser fabricadas. A primeira delas foi escolhida nesta terça, no Brasil

Palpite de todos: por meio da Open Oxylane, ideias de clientes podem virar produtos (Rego Korosi/Creative Commons)

Luísa Melo

Publicado em 1 de outubro de 2015 às 15h31.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2017 às 12h54.

São Paulo - A Oxylane, dona da rede varejista de material esportivo Decathlon , acaba de lançar no Brasil uma plataforma por meio da qual os clientes podem sugerir novos produtos ou melhorar os já fabricados pela empresa. É a Open Oxylane.

Para contribuir, cada pessoa deve se cadastrar no site e, a partir daí, propor uma criação.

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As sugestões, vindas de todos os lugares do mundo, ficam reunidas em uma caixa de ideias por 30 dias—tempo disponível para que elas mostrem se têm ou não potencial para se tornar um produto real.

Nessa caixa, os clientes da empresa encontram espaço para votar e debater sobre cada uma das propostas apresentadas.

Em seguida, as melhores "invenções" são selecionadas e discutidas em um evento aberto, que é transmitido pela plataforma online. É uma espécie de reunião entre equipe da empresa, autores de ideias e público.

A Open Oxylane começou a funcionar no dia 1º de abril e já recebeu mais de 100 ideais. Entre elas, cinco foram garimpadas para a primeira escolha pública, que foi realizada nesta terça-feira, na unidade da Decathlon no Morumbi, em São Paulo.

Na ocasião, ficou decidido que uma das sugestões será fabricada pela companhia e chegará ao mercado: a de um carrinho de bebê que pode ser acoplado a uma bicicleta. A proposta foi feita pelo francês Fabien D.

As outras quatro, que não foram acatadas, consistiam em um skate produzido com plástico reciclado, uma bicicleta para ser conduzida por duas pessoas, uma bicicleta com "teto" (contra chuva) e um contador de voltas para natação.

Ideia aceita. E agora?

A participação dos consumidores não fica só na idealização dos produtos. Eles também podem opinar sobre a concepção dos projetos.

Na hora de escolher o design da criação, por exemplo, a empresa disponibiliza vários modelos na plataforma online e cada usuário pode votar nos seus três preferidos.

"Se ninguém gostar de nada, o designer precisa abrir o olho", brinca Vincent Textoris, diretor responsável pela Open Oxylane.  Além do design, o público poderá dar palpites nas embalagens, cores, slogans e até mesmo os preços dos itens.

No bolso

Depois do produto totalmente elaborado, a empresa pede que os clientes estipulem 4 preços para ele: um pelo qual jamais pagariam, um que eles acham baixo demais, um justo e outro que eles consideram alto, mas possível.

Ao cruzar essas respostas, a companhia cria faixas de preço para negociar com fornecedores. Depois de encontrado um valor viável, os internautas são novamente consultados para saber se, vendido por aquela quantia, o artigo encontrará compradores.

"O produto só vai para a loja se houver mercado para ele", explica Textoris.

O que o cliente ganha com isso?

Para cada participação na criação de uma novidade, os usuários da plataforma recebem uma pontuação. Quem tem uma ideia que vira produto recebe 30 mil pontos. Cada 100 deles equivalem  a 1 euro  e se o cliente for brasileiro, por exemplo, o valor é convertido para Real.

É possível receber o dinheiro a cada 80 mil pontos acumulados (ou seja, a partir de 80 euros).

"Quisemos que fosse em dinheiro e não em vale-presente pra que as pessoas pudessem fazer o que quiserem, inclusive comemorar tomando uma cerveja com os amigos", brinca Textoris.

Sem medo da concorrência

Uma vez que o processo de elaboração dos produtos estará totalmente disponível online, a Oxylane sabe que, provalmente, eles não serão fabricados exclusivamente por ela.

"Como é tudo público, não teremos patentes. Então, a nossa solução é fazer mais rápido do que os concorrentes", afrima Textoris.

Metas

No primeiro ano de funcionamento da plataforma, a empresa espera fazer 5 produtos. Para isso, a rede precisará crescer—e muito.

"A  cada 200 mil acessos, devemos ter 2 mil pessoas cadastradas no site, que devem sugerir cerca de 200 ideias, que devem resultar em 20 projetos interessantes, que devem se transformar em 2 produtos. É a regra dos 10%", explica o diretor.

A companhia não informa quantos internautas aderiram ao projeto nesse primeiro mês.

Texto atualizado às 19h46.

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