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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
O Brasil encerrou setembro com uma produção de 205 651 veículos automotores, volume 5,6% inferior ao de agosto. As vendas no mercado interno também recuaram. Somados, os licenciamentos de automóveis nacionais e importados caíram 4,8%, para 144 354 unidades. Os números, porém, não preocupam a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "Os volumes absolutos recuaram porque houve menos dias úteis em setembro", afirma seu presidente, Rogelio Golfarb.
Para mostrar que o setor continua bem, Golfarb observa que agosto contou com 23 dias úteis, e setembro, com 21. Mesmo assim, pela média diária, as vendas cresceram 4,3% e a produção, 3,4%, no mês passado. Além disso, os números são recordes para um mês de setembro. "Não dá para dizer que setembro foi um mês realmente de quedas", diz.
De janeiro a setembro, a produção acumulada somou 1,835 milhão de unidades, um crescimento de 12,6% sobre igual período do ano passado. Já as vendas de nacionais e importados avançaram 4,8% e somaram 1,235 milhão de veículos.
Exportações
As exportações também recuaram 12,4% no mês passado, totalizando 60 841 automóveis. Mesmo assim, este foi o melhor mês de setembro da série da Anfavea também quanto a vendas externas. Outro recorde é a exportação acumulada nos nove primeiros meses do ano. Os 603 458 veículos remetidos ao exterior representam um incremento de 29,2% sobre igual período de 2004. Em valores, somente as exportações - excluindo-se as máquinas agrícolas - somaram 1,037 bilhão de dólares em setembro, uma queda de 4,1% sobre o mês retrasado. No acumulado, porém, os 8,333 bilhões de dólares exportados representam um salto de 40,4% sobre o ano passado.
Segundo Golfarb, o que está puxando as vendas externas é o crescimento dos principais mercados consumidores brasileiros. Mesmo com o câmbio desfavorável e com os juros elevados dificultando o financiamento das operações, as vendas seguem o ritmo da expansão de países como a Argentina, cuja demanda deve crescer 17% neste ano; Chile, com alta projetada de 10,1%; e Venezuela, que comprará 43% mais. Já os Estados Unidos devem recuar 0,9%, mesmo percentual da União Européia.
O presidente da Anfavea afirma que, embora os números sejam positivos, o impacto do real valorizado já é sentido nas vendas ao exterior. "Até o momento, as exportações não caíram, mas o câmbio nos preocupa no médio e longo prazos", diz. Segundo Golfarb, alguns modelos de automóveis já não oferecem mais margem para as exportações.
Para este ano, a associação projeta um crescimento de 11% na produção, que encerraria dezembro com um acumulado de 2,45 milhões de unidades. As vendas internas devem subir 5%, para 1,66 milhão de unidades. Já para as exportações, incluindo máquinas agrícolas, espera-se um incremento de 29%, somando 10,8 bilhões de dólares. "Gradualmente, estamos vendo os números mensais convergirem para nossas estimativas", afirma Golfarb.