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Primeira feira pós-covid da Reed já tem 95% do espaço contratado

Para a empresa, maior do setor na América Latina, a pandemia veio para transformar de vez a atividade

Edição 2019 da Automec, do setor de autopeças (Reed Exhibitions/Divulgação)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 12h41.

Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 22h58.

Embora ainda não haja clareza sobre o fim da pandemia, ou pelo menos sobre a vacinação em massa da população, um dos negócios mais afetados pelo novo coronavírus começa a se movimentar. A Reed Exhibitions, maior empresa de feiras e eventos da América Latina, já comercializou 95% da primeira feira pós-covid a ser realizada presencialmente pelo grupo em abril de 2021.

A Automec, do setor de reposição de peças automotivas, vai abrir o calendário de feiras no ano que vem, após um 2020 totalmente afetado pela pandemia do novo coronavírus. "Mantemos um contato muito próximo com os expositores e há uma grande aposta das empresas no evento devido à retomada da agenda econômica. Boa parte já vê isso acontecendo no final deste ano", afirma Luiz Bellini, diretor do portfólio de autopeças e novos setores da Reed Exhibitions, em entrevista exclusiva à EXAME.

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A Automec é realizada a cada dois anos e em sua última edição, em 2019, movimentou cerca de 26 bilhões de reais em negócios. Foram cerca de 1.200 expositores e mais de 1.500 marcas. Segundo o executivo da Reed, o mercado de reposição de autopeças — também conhecido como aftermarket automotivo — costuma ter um bom desempenho em momentos de alta das montadoras e também nos períodos de baixa, já que a idade média da frota sobe e isso demanda mais peças para manutenção.

Bellini garante que além das medidas já conhecidas para evitar a disseminação do coronavírus, a Reed está promovendo novos protocolos específicos para a atividade, que incluem sanitização desde o acesso, com carpete higienizante, rotas definidas e controle de entrada e saída para evitar possíveis aglomerações, estandes mais abertos e ventilados, além de obrigatoriedade da máscara nos mais de 90.000 m² de área da feira, que será realizada no Expo São Paulo, zona sul da capital.

"Cerca de85% da nossa base de visitantes declararam que visitariam a feira presencialmente, desde que todos os protocolos de segurança necessários fossem cumpridos", diz Bellini.

Revolução do setor

A pandemia veio para mudar definitivamente a forma de promover feiras de negócios, explica o diretor da Reed. Para além do coronavírus, as empresas têm buscado cada vez mais a digitalização, o que traz um desafio para a atividade.

"Percebemos uma mudança no comportamento do cliente, que agora busca um investimento mais inteligente. As empresas sofreram com a crise e isso faz com que haja uma colaboração da nossa parte de como elas podem investir melhor seus recursos", diz Bellini.

Uma das apostas — e talvez a principal — é investir mais no ambiente online. A Reed lançou a plataforma Automec 365, em que o expositor tem a possibilidade de mostrar seus produtos e serviços em um "estande virtual" durante o ano todo.

"A Reed está se transformando em um novo hub para os clientes e promoverá novos pontos de encontro para eles.A pandemia veio para mudar totalmente a forma como atuamos, hoje somos uma nova empresa."

Bellini ressalta que isso é possível diante dos investimentos em novas tecnologias e pelo fato de a Reed ser uma empresa de dados — ou seja, sua base de contatos é imensa, o que possibilita promover encontros entre o expositor e seus clientes.

Para o executivo, o negócio de feiras e eventos já vinha se transformando, mas a pandemia veio para selar essa transformação de vez. "O digital não vai substituir a feira física, os dois vão se complementar. Mas aquele que não usar o ambiente online vai estar fora do jogo."

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