Como será a primeira corrida de Fórmula E no Brasil
No próximo ano, São Paulo será palco da principal competição mundial de carros elétricos, primeiro esporte neutro em carbono da história
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2022 às 07h30.
No próximo ano, São Paulo vai sediar a primeira corrida no Brasil de Fórmula E , a principal competição de carros elétricos do mundo. A prova acontece no dia 25 de março, em um circuito no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte da cidade, e os ingressos já estão à venda.
O que é a Fórmula E?
Lançada em 2014 pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a Fórmula E se tornou uma plataforma internacional para o desenvolvimento da tecnologia de veículos elétricos e a divulgação da mobilidade sustentável. É também o primeiro esporte global a receber certificação de pegada de carbono zero desde a sua concepção.
“O conceito da Fórmula E foi criado com a finalidade principal de agilizar a adoção de veículos elétricos e promover a prática sustentável, aumentando a conscientização dos benefícios do carro elétrico e como a mobilidade limpa pode combater as mudanças climáticas”, disse Julia Palle, diretora de sustentabilidade da Fórmula E, na renovação da certificação ISO 20121.
A proposta, segundo a prefeitura de São Paulo, tem tudo a ver com a cidade, cuja gestão busca priorizar a sustentabilidade.
“Uma corrida com carros exclusivamente elétricos vem ao encontro do nosso Programa de Metas, que tem os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU como premissa de concepção e execução em cada um dos seus 77 pontos”, disse o prefeito Ricardo Nunes no lançamento do E-Prix, como é chamado o Grande Prêmio da categoria.
Para o cofundador e Chief Championship Officer da Fórmula E, Alberto Longo, este será um marco para a capital paulista e para o Brasil, uma oportunidade de ver o máximo do automobilismo elétrico e da inovação.
“Correr em uma das cidades mais populosas do mundo, com uma herança e uma cultura tão ricas em termos de esporte a motor, destaca o quanto São Paulo está apoiando a mudança por meio do encorajamento da adoção de veículos elétricos em benefício da saúde das pessoas e do meio ambiente”, disse Longo.
Como a categoria neutraliza sua pegada de carbono
Para alcançar a neutralidade em CO2, a Fórmula E investe em três frentes: a medição efetiva da geração de carbono, a priorização da redução da pegada do campeonato e a compensação das emissões inevitáveis restantes.
Na primeira questão, a modalidade vem monitorando continuamente os impactos ambiental, social e econômico de todo o campeonato a fim de identificar onde existem oportunidades de melhorias reais nas operações e no planejamento. Nos dados mais recentes divulgados, o que mais contribuiu para as emissões de CO2 são: 72% frete, 14% viagens da equipe, 6% espectadores, 4% alimentação, 4% operações e 1% fabricação dos carros.
No quesito redução, a Fórmula E criou um programa de sustentabilidade abrangente, com diversas iniciativas direcionadas principalmente para minimizar o impacto do frete e do transporte, que são o que mais pesa na pegada geral do campeonato, além de ações consistentes em outras áreas, como a gestão de resíduos, por exemplo.
Essas iniciativas colaboram para que a Fórmula E opere no menor nível de emissões inevitáveis possível. Mas o que não pode ser evitado é compensado com projetos que vão desde a geração de energia por biogás na China até a produção de energia eólica no Marrocos. De acordo com a organização, os projetos compensatórios são cuidadosamente selecionados com base nos benefícios sociais e/ou ecológicos, e todos eles estão em regiões onde já houve provas da modalidade.
Onde assistir a Fórmula E?
O contrato da prefeitura de São Paulo com a ABB FIA Fórmula E World Championship é válido por 5 anos, podendo ser renovado por mais 5. Além do incentivo à mobilidade elétrica, o evento deve gerar cerca de 2 mil novos empregos diretos na cidade, junto a outros milhares de postos de trabalho de forma indireta, e movimentar a economia local. “A expectativa é que tenhamos um impacto econômico na cidade de algo em torno de 120 milhões de dólares”, informa o diretor-presidente da SPTuris, Gustavo Pires.
Ao todo, 22 pilotos de 11 equipes vão disputar a prova no Sambódromo, nesta que será a nona temporada da modalidade. Entre eles, dois brasileiros: o paulistano Lucas Di Grassi e o mineiro Sérgio Sette Câmara. “Correr em São Paulo fará desta uma temporada ainda mais especial. Não há nada como correr em casa com a torcida gritando seu nome. Vai ser incrível”, declarou Câmara.
A estimativa é que 35 mil pessoas acompanhem a competição no local, onde todas as arquibancadas terão vista privilegiada para o grid de largada. O público contará com diversas atrações antes e depois da prova, como música ao vivo, gaming arena, área infantil e praça de alimentação, além da oportunidade de conhecer os pilotos da Fórmula E.
Segundo Pires, a escolha do Sambódromo do Anhembi foi por razões técnicas e não há dinheiro novo no investimento da prefeitura para a realização do evento. “O que tem da nossa parte é estrutura e logística. Vamos usar a estrutura que foi utilizada na Fórmula Indy”.
A temporada de 2023 começa em janeiro – serão 18 corridas em 13 localidades pelo mundo – e os ingressos para a prova em São Paulo estão à venda neste link.